Socorro Gomes integra grupo de observadores nas eleições sírias

A presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) Socorro Gomes viaja para a Síria, onde participará dos esforços de observação das eleições presidenciais, na terça-feira (3/6). As votações já começaram nas Embaixadas sírias em todo o mundo nesta quarta (28), com um alto número de participação. Em declarações ao Vermelho, Socorro, que foi oficialmente convidada como representante do CMP, saúda a realização das eleições, conforme previsto pela Constituição, apesar da ingerência estrangeira.

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“Apesar de toda a destruição que vitima o país há mais de três anos, o governo realiza eleições orientadas e determinadas pela Constituição, com candidatos diversos, ou seja, levando em conta as diferenças de opinião,” diz Socorro Gomes, que também preside o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).

A Síria “continua avançando depois de três anos de ataques dos terroristas financiados pelos EUA e pelas monarquias árabes,” ressalta a presidenta, que comporá um grupo de observadores internacionais para acompanhar as eleições, a convite do governo sírio.

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As autoridades sírias têm reiterado a proteção à Constituição nacional para a realização das votações previstas por lei e garante o acompanhamento do processo para, enquanto afirma a soberania popular e o seu direito civil e político, mostrar o ambiente em que se realiza o esforço, apesar dos desafios fundamentais enfrentados.

Socorro já participou, como parlamentar brasileira, das missões de observação eleitoral na Venezuela e Bolívia (nesta, através da Organização de Estados Americanos, OEA). O esforço é relevante para a legitimação de um processo e da busca pela garantia dos direitos políticos da população, ainda que, em outra frente, se continue combatendo o terrorismo e a atuação de grupos diretamente respaldados por governos vizinhos ou potências ocidentais, como os Estados Unidos.

O governo pretende “ouvir a opinião do povo sírio, que é quem deve escolher o seu destino. Trata-se de um processo democrático, em que a população exerce o seu direito eleitoral,” afirma Socorro. O Conselho Mundial da Paz tem reiterado com frequência a solidariedade ao povo sírio na luta contra o terrorismo e a ingerência externa.

Neste sentido, Socorro denuncia a atuação dos EUA, que têm revelado um fragmento da sua política imperialista e intervencionista, embora o posicionamento da Rússia, no Conselho de Segurança, e o enfrentamento sírio, em resistência, tenham frustrado os planos de uma agressão militar promovida de maneira sistemática pelas potências ocidentais.

De acordo com o Ministério do Interior da Síria, estima-se que 15,8 milhões de sírios registraram-se para votar em 9.601 mesas de votação em todo o país e no exterior, com 11.776 urnas espalhadas pelas províncias sírias. Mais de 20 pessoas apresentaram-se para a candidatura à Presidência e três foram considerados elegíveis pela Suprema Corte Constitucional: Maher Abdul-Hafiz al-Hajjar, Hassan Abdullah Nouri e o atual presidente Bashar al-Assad.

Embora os danos dos mais de três anos de violência disseminada sejam visíveis pelo país, com efeitos dramáticos para o povo sírio, a participação nas eleições, afirma o Ministério, em um comunicado, “será uma expressão da determinação, enfrentando aqueles que buscam sabotar a estabilidade e a segurança” da Síria.

Moara Crivelente, da Redação do Vermelho