Bombardeio contra Lugansk é crime contra o povo, denuncia Rússia

A chancelaria russa qualificou nesta terça-feira como um crime contra o povo os ataques aéreos da Ucrânia à administração da autoproclamada República Popular de Lugansk, que sacrificaram vidas civis, entre elas a da ministra de Saúde Natalia Arkhípova.

Vítimas do bombardeio a Lugansk

"Estão cometendo neste 2 de junho um novo crime contra seu povo", denunciou uma nota publicada no site ministerial.

O Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia assinalou que o ocorrido confirma a relutância do governo ucraniano em buscar vias de consenso nacional e volta a cometer uma gritante violação dos acordos de 17 de abril em Genebra.

Recordou a diplomacia russa que esses entendimentos estão refletidos no roteiro da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), proposta como via de solução à crise provocada pela deposição do presidente Víktor Ianukovitch.

O texto do Ministério de Assuntos Exteriores sublinhou que o recrudescimento da repressão no leste ucraniano coincidiu com a visita a Kiev do secretário adjunto de Defesa dos Estados Unidos Derek Chollet.

Chamamos novamente nossos sócios ocidentais a usar toda sua influência sobre Kiev para impedir que a Ucrânia resulte em uma catástrofe nacional, acrescentou.

"Nossa ministra de Previdência, Natalia Arkhípova veio a falecer", confirmou, por sua vez, o premiê da República Popular de Lugansk, Vasili Nikitin.

Explicou que quando os aviões de guerra ucranianos atacaram, a ministra conversava com outra mulher no cobertura do edifício.

Inicialmente, as autoridades rebeldes de Lugansk registraram ao menos cinco mortos, mas pela tarde o legislador regional Valery Tcherkássov informou à rádio Baltkom, da Letônia, que foram sete as vítimas fatais e 15 feridos.

Considerando que as televisoras russas mostraram imagens dos bombardeios realizados por vários aviões MiG-29 ucranianos, as autoridades impostas em Kiev depois do golpe de Estado de 22 de fevereiro negaram essa operação.

Admitiram, no entanto, a destruição de dois postos de controle dos rebeldes nas proximidades, e justificaram o bombardeio à sede da Administração de Lugansk como pretexto de que os milicianos tentavam derrubar um avião com um suposto sistema antiaéreo.

O Ministério de Defesa ucraniano, no entanto, expressou satisfação pela restauração de 68 aviões, 48 tipos de armas e equipe militar de forças de radiotransmissão, incluídas duas peças de complexos de tropas de mísseis antiaéreos.

Segundo o relatório, já foram postos em disposição combativa 68 aviões, incluídos Su-27, Su-24, Su-25, MiG-29, Su-27UB e An-26SH, bem como 48 tipos de armas e equipamento militar de radares, em particular duas peças para tropas coheteriles antiaéreas.

Em Kiev hoje o deputado do partido Batkivschyna, Vyacheslav Kirilenko, da nova maioria imposta no Parlamento depois do golpe de Estado, introduziu um projeto de lei para abolir o estatuto da Ucrânia como país não alinhado.

Sem estar disponibilizada no site parlamentar, esta iniciativa legal confirma a intenção de setores dirigentes ucranianos de associar-se militarmente ao Ocidente contra a Rússia.

Fonte: Prensa Latina