Farc e governo pedem apoio em prol das vítimas do conflito na Colômbia

As delegações de paz do governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pediram nesta terça-feira (3) que os colombianos respaldem o processo que levam a cabo em Cuba desde novembro de 2012.

Ivan Márquez Farc - Franklin Reyes/ AP

Ao iniciar um novo ciclo dos diálogos, no Palácio de Convenções, em Havana, os chefes de ambas as equipes negociadoras expressaram também o compromisso de trabalhar para alcançar um pronto acordo que permita pôr fim ao conflito social e armado nesse país.

As delegações lideradas por Humberto de la Calle, do governo, e Iván Márquez, das Farc, iniciaram as reuniões preparatórias para abordar o tema das "vítimas do conflito", após conseguirem acordos em três dos seis pontos da agenda.

De la Calle afirmou que os consensos atingidos em matéria de desenvolvimento agrário, participação política e solução ao problema das drogas ilícitas representam as transformações necessárias para que o conflito jamais se repita.

O representante do governo reiterou que "o processo não busca destruir a liberdade de empresa nem a propriedade privada, e também não dá luz verde às áreas de reserva camponesas, nem tem pactuado sua desmilitarização".

"Tudo que foi acordado está enquadrado no espírito da Constituição e Estado de direito", afirmou De la Calle. Neste sentido, chamou ao campesinato e às Forças Armadas a não se deixar confundir pelas campanhas com as que pretendem desinformar e desmotivar a seus membros.

Márquez, por sua vez, pediu ao povo colombiano e a intelectualidade a respaldar o processo de paz, independentemente dos resultados das eleições presidenciais que terão segundo turno em 15 de junho.

"A Colômbia toda deve defender o processo, temos que comprometer nossos mais fervorosos esforços para alcançar o fim do conflito, pois sem a paz é impossível a concretização dos demais direitos", acrescentou.

O chefe da delegação guerrilheira reiterou a necessidade de criar uma comissão de esclarecimento da verdade histórica do conflito, que brinde os argumentos necessários para abordar com objetividade a discussão sobre o tema das vítimas.

Revelou que essa organização insurgente analisa a possibilidade de decretar um novo cessar fogo unilateral – que seria o quarto desde o início destes diálogos -, com vistas a facilitar o processo eleitoral nesse país.

Fonte: Prensa Latina