"O futebol é a marca da nossa identidade cultural", afirma dirigente

O paulistano Fábio Garcia, de 27 anos, ProUnista do curso de Direito na PUC-Campinas e membro da direção municipal do PCdoB em Jundiaí (SP), em entrevista ao Portal Vermelho, dando sequência à série “Militância na Copa”, ressalta a influência do futebol no cotidiano do brasileiro e cita Nelson Rodrigues.

Fábio - Arquivo

Fábio diz que a Copa é algo que mexe profundamente no imaginário dos brasileiros, “a cultura do futebol é a própria marca da nossa identidade cultural, se isso é bom ou ruim, somente o povo pode defini-la. Pobre daquele que não sabe valorizar as paixões nacionais, que está sendo muito incompreendida, seja intencionalmente por interesses estranhos ao país e ao sucesso dele, seja por ingenuidade de alguns ao associá-lo a pautas e protestos sociais ligados a problemas estruturais há muito tempo existentes em nossa nação”.

O jovem afirma que são válidas todas às críticas ao capitalismo e a mercantilização do futebol, especialmente as ações da Fifa, no entanto, afirma que a Copa trouxe para o Brasil, um sentimento de nacionalidade há muito esquecido: “Esse sentimento se expressa no uso de nossas cores, na calçada pintada de verde amarelo e da bandeira pendurada na janela de casa, na sensação de que podemos mostrar ao mundo o quanto somos capazes de superar nossas próprias mazelas e mesmo assim, ter capacidade de sorrir e vibrar ante a um gol de Neymar contra a Argentina de Messi”.

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Fábio Garcia acredita que o futebol brasileiro possui mais personalidade, “talvez eu esteja errado, mas como diria Nelson Rodrigues ‘se os fatos são contra mim, pior para os fatos’. Outros países jogam, naquela secura objetiva da Europa. Aqui, no entanto, jogamos e vivemos o esporte, e, tal como ele é, é sentido na sua criatividade e improviso, próprio do nosso modo de viver”.

Segundo Fábio, a Copa deixa vários aspectos positivos para o Brasil: “Mais do que a construção de estádios, aeroportos e dos mais de 3,6 milhões de empregos, nos deixa um legado de que a nossa nacionalidade deve e pode ser valorizada. Somos uma nação que vai mudar o mundo, e para entender isso, pedindo emprestado Nelson Rodrigues novamente: ‘É preciso entender que a nossa seleção é a própria pátria em calções e chuteiras, atacar isso, é atacar o pouco desse sentimento nacional que temos em nossa cultura’”, conclui.

Da Redação do Vermelho, Laís Gouveia