China exige respeito à soberania e comemora princípios de coexistência

O governo chinês continua enfatizando a sua prioridade no esforço para a manutenção da paz e da estabilidade na região asiática, com respeito às soberanias e cooperação. Nesta sexta-feira (20), a China, Índia e Mianmar anunciaram uma data para a comemoração de 60 anos dos cinco princípios de coexistência pacífica, enquanto os chineses voltaram a exigir respeito à sua soberania, em resposta à vigilância das suas atividades na região.

Hua Chunying

O porta-voz da Chancelaria chinesa Qin Gang afirmou, em declarações à imprensa nesta sexta, que China, Índia e Mianmar decidiram realizar as comemorações de 60 anos desde a publicação dos cinco princípios de coexistência pacífica entre os dias 28 e 29 deste mês, em Pequim.

O presidente chinês, Xi Jinping, participará da conferência comemorativa, enquanto o premiê Li Keqiang estará presente na recepção, no dia 29. O presidente do Mianmar, U TheinSein, e o vice-presidente da Índia, Mohammad Hamid Ansari, também participarão deste evento.

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De acordo com estudiosos do tema, Chu En-lai, o fundador da diplomacia da República Popular da China, formulou os Cinco Princípios da Coexistência Pacífica durante uma viagem à Ásia meridional. São eles: respeito mútuo à soberania e integridade nacional; não agressão; não intervenção nos assuntos internos de um país por parte de outro; igualdade e benefícios recíprocos; e coexistência pacífica entre Estados com sistemas sociais e ideológicos diferentes.

Este padrão de conduta internacional foi, desde então, o norte da diplomacia chinesa e do Movimento Neutralista, além de ter sido adotado pelo Movimento dos Países Não Alinhados, fundado em 1961. São princípios condizentes com o direito internacional derivado da Carta das Nações Unidas e de normas teóricas das relações internacionais, embora seja relativizado frequentemente de acordo com a agenda geopolítica e geoestratégica das potências imperialistas.

Neste sentido, o revisionismo dos posicionamentos do Japão, aliado aos Estados Unidos em seu rearmamento e acusações contra a China, estão constantemente ponderados no discurso chinês sobre o respeito pela história e suas lições extraídas das grandes guerras, assim como sobre a atualidade do contexto geopolítico na região Ásia-Pacífico, onde os EUA interferem cada vez mais.

Interferência nos assuntos da China

Um dos temas no mesmo âmbito refere-se à configuração territorial e as disputas no Mar do Sul da China, em que a política externa estadunidense tem se imposto. Em resposta a recentes declarações de "preocupação" do Ocidente e de seus aliados regionais, nesta sexta, a porta-voz da chancelaria chinesa Hua Chunying afirmou que as quatro plataformas de perfuração na região localizam-se nas proximidades da província de Guangdong e da ilha de Hainan, parte do território da China.

"A comunidade internacional não precisa seguir as atividades regulares realizadas pela China naquela região," disse a porta-voz. A Administração Estatal de Oceanografia da China já informou no seu site oficial sobre a posição das plataformas de perfuração do poço.

De acordo com as informações divulgadas recentemente pelas autoridades, entre 13 de Junho e 12 de Agosto, as plataformas Nanhai 5, Nanhai 2 e Nanhai 4 vão realizar obras nas águas do Mar do Sul da China. Entre 18 e 20 de Junho, a plataforma Nanhai 9 realizou movimentações naquela região, alertou a autoridade.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da Rádio China Internacional