ELN e governo colombiano iniciam diálogo exploratório da agenda de paz

O governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN) iniciaram uma fase de diálogo exploratório com o objetivo de definir uma agenda comum para que se possa iniciar futuros diálogos de paz. A principal guerrilha colombiana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) já encontram-se em processo de diálogo com o governo de Juan Manuel Santos, desde 2012.

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Em comunicado conjunto divulgado pelo governo e ELN, é esclarecido que o objetivo dessa fase exploratória é "acordar uma agenda e o desenho do processo que torne viável o fim do conflito e a construção da paz estável e duradoura na Colômbia”. No documento, asseguram à população e à comunidade internacional a vontade recíproca de continuarem a fase exploratória para no futuro se chegar a um acordo.

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Até o momento, já está definido que a agenda de debates incluirá os pontos de ‘vítimas’ e ‘participação da sociedade’. Os demais ainda estão sendo avaliados. Todos os avanços e resultados conquistados nessa fase exploratória serão divulgados periodicamente para que a população possa acompanhar o processo. O povo colombiano também é chamado a se unir em torno do propósito comum de encerrar o conflito armado e construir um país de paz e equidade.

Informações divulgadas nos meios de comunicação colombianos dão conta de que os negociadores serão entre cinco e 10 integrantes do ELN, entre os quais estão Ramiro Vargas, Pablo Beltrán e Antonio García, além de um grupo de mulheres.

A defensora dos direitos humanos e ex-senadora colombiana Piedad Córdoba comemorou a notícia e destacou que esse é um momento histórico e positivo para a paz. Em sua conta no twitter, Córdoba manifestou: "Nunca a solução ao conflito armado esteve tão perto, nunca havíamos tido essa oportunidade de, finalmente, ter um país em paz”. A ex-senadora também chamou a população a respaldar o processo e se engajar na busca pela paz.

O Exército de Libertação Nacional, considerado a segunda maior guerrilha em atividade na Colômbia, tem forte atuação em Catatumbo, Norte de Santander, sul de Bolívar, Arauca, Cesar, Antioquia, Cauca, Nariño e Valle del Cauca. Segundo divulgaram em comunicado, os guerrilheiros vão respeitar o direito dos eleitores de exercerem o voto e não pretendem realizar ações que possam afetá-los durante o segundo turno das eleições presidenciais, que acontecerão neste domingo, 15 de junho, quando o atual presidente, Juan Manuel Santos, enfrentará Óscar Iván Zuluaga.

Apesar disso, o ELN também manifestou que não vai deter os ataques contra o governo nacional e o mecanismo de cessar-fogo só poderá ser válido quando houver sensatez e reciprocidade por parte do Estado.

Fonte: Adital