Estudo denuncia insegurança e militarização da polícia dos EUA
Herdando tanto as armas quanto o quadro mental do Exército dos Estados Unidos, a polícia norte-americana está se tornando militarizada e “hiperagressiva” em sua abordagem nas ruas do país. Um novo estudo da Associação Americana de Liberdades Civis (Aclu, na sigla em inglês) insta a polícia a não tratar os cidadãos como “inimigos de guerra”.
Publicado 24/06/2014 15:28

“Em todo o país, equipes da Swat [Special Weapons And Tactics, ou unidade de Armas e Táticas Especiais da polícia das grandes cidades], de armas pesadas, estão revistando as casas das pessoas no meio da noite, frequentemente apenas em busca de drogas. Deveríamos nos revoltar porque algumas pessoas morreram sem necessidade durante estas incursões, porque animais levaram tiros e porque lares foram devastados,” diz a apresentação do estudo, na página oficial da Aclu.
As vizinhanças, continua a associação, “não são zonas de guerra, e os oficiais da polícia não deveriam nos tratar como inimigos de guerra. Ainda assim, todos os anos, bilhões de dólares em equipamentos militares fluem do Governo Federal para os departamentos de polícia estadual e local. Os departamentos usam essas armas de guerra no policiamento diário, especialmente para combater na ineficaz e fracassada guerra contra as droga, que tem injustamente tido os negros como alvo.”
O estudo inclui histórias trágicas como a de Jose Guerena, de 26 anos, que serviu como fuzileiro na guerra contra o Iraque e foi morto por “fogo amigo” em sua própria casa, no Arizona, durante a incursão de uma equipe Swat no bairro. O objetivo da operação, diz o estudo, era a busca por drogas, que não foram encontradas na casa de Guerena. No bairro, apenas um pequeno pacote de maconha foi apreendido.
Criadas em 1960 como unidades “quase militares” e pensadas para lidar com situações de emergência, como ameaças a reféns, revoltas ou tiroteios, o número de equipes Swat tem aumentado; elas também são “usadas com maior frequência e, cada vez mais, em objetivos para os quais não foram originalmente pensadas – principalmente para cumprir mandatos de busca em investigações sobre drogas.
O estudo da Aclu, intitulado “A Guerra volta para Casa: A Militarização excessiva do Policiamento Americano”, examina 818 operações das equipes Swat de julho a 2010 a outubro de 2013, conduzidas por mais de 20 agências em 11 estados dos EUA. Segundo um relatório do Departamento de Justiça, citado pela emissora Russia Today, “a maioria dos recrutas da polícia é treinada em academias com uma orientação militar baseada em [situações de] stress.”
O aumento da insegurança e do temor dos cidadãos tem sido pontuado como principal resultado da militarização da polícia estadunidense. A perspectiva agressiva da “segurança” é predominante nas políticas dos EUA no exterior e no país, com programas visivelmente fracassados como a chamada “guerra contra as drogas”.
Com informações da Aclu e da Russia Today,
Da Redação do Vermelho