Governo tentará barrar projetos que sustam participação social 

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta terça-feira (1°) que o governo tentará impedir a votação de projetos que sustam a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema de Participação Social. Os parlamentares da base aliada também se manifestaram favoráveis ao decreto e, em seus discursos em defesa de maior participação social, reproduziram manifestações dos próprios movimentos sociais favoráveis à proposta da Presidenta Dilma.  

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 “O governo vai atuar no sentido de não permitir a aprovação desses dois decretos legislativos, que têm o mesmo objetivo. Acredito que, por meio do debate, da discussão, conseguiremos mostrar aos senadores e deputados que, na verdade, estamos reforçando os mecanismos democráticos e de forma alguma comprometendo o poder do Congresso”, afirmou o líder do PT.

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), coordenadora da bancada feminina na Câmara, registrou correspondência recebida da União Brasileira de Mulheres (UBM), através da sua Presidente Lúcia Rincon, dirigindo um apelo a toda a bancada feminina para que compreenda e defenda, sem titubear, o projeto apresentado pela Presidente Dilma Rousseff do Plano Nacional de Participação Social.

“A União Brasileira de Mulheres, que acompanha os diferentes Conselhos que existem em todo o País nas áreas de educação, de saúde e de assistência social, considera que é uma rica experiência e é a forma de escutar a sociedade brasileira organizada. É um absurdo imaginar que os Conselhos Municipais são ameaças ao Poder Legislativo, por isso a Presidente da UBM insiste em que a bancada apoie este plano”, disse a deputada, reproduzindo o texto da correspondência.

Discurso de convencimento

O discurso de convencimento que o governo pretende fazer para esclarecer a oposição foi adiantado pelo deputado Chico Lopes (PCdoB-CE). Ele explicou que “esse decreto está baseado na Lei nº 10.683, de 28 de março de 2003. Por que essa grita agora se aprovaram a lei que deu origem a esse decreto?”

“Esse decreto não cria nada. Ele é apenas normativo e ordena a execução da lei que é aprovada nesta Casa. E nós sabemos que decreto é de competência do Poder Executivo, originário dele, seja ele federal , estadual, ou mesmo municipal”, insistiu Lopes.

O parlamentar disse ainda que o decreto institui o plano nacional com o objetivo de fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil. “Tem uma coisa mais democrática do que o Governo querer conversar com sua sociedade civil?” indagou.

O Decreto 8.243/2014, editado no fim de maio, consolida a participação social como método de governo e fortalece instâncias como os conselhos e as conferências.

A criação da política por meio de decreto do Executivo é criticada pela oposição, que argumenta que o tema deveria ser objeto de projeto de lei enviado ao Congresso.

De Brasília
Márcia Xavier