Irã rechaça coerção em nova rodada de diálogos sobre programa nuclear

O ministro iraniano das Relações Exteriores Mohammad Javad Zarif advertiu que um excesso de exigências do Grupo 5+1 com quem tem negociado sobre o programa nuclear do Irã poderá ser uma barreira para o progresso dos diálogos, que avançaram significativamente. A nova rodada de conversações acontece entre esta quarta-feira (2) e o dia 15 de julho, em Viena, na Áustria.

Mohamed Javad Zarif - Reuters

“A República Islâmica do Irã não precisa de qualquer coisa além dos seus direitos e está pronta para sanar as preocupações da comunidade internacional, mas acreditamos que a imposição não é a forma de manter conversações,” disse Zarif quando chegou à capital austríaca, nesta quarta-feira (2), citado pela emissora PressTV.

O Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Rússia, China, França, Grã Bretanha e Estados Unidos), além da Alemanha, voltarão a reunir-se para a sexta rodada de negociações sobre o programa nuclear persa. Zarif disse que o Irã nunca se curvou à coerção e não o fará nesta ocasião.

Leia também:

Acordo final sobre programa nuclear está próximo, diz chanceler do Irã
Irã recebe inspetores nucleares e anuncia encontro com G5+1
Irã continua defendendo seu direito à pesquisa nuclear pacífica
Irã volta à negociação nuclear e rebate acusações europeias

“Nesta rodada de conversações, as partes negociantes devem começar a rascunhar [um acordo final] por volta de 20 de julho,” disse o chanceler persa, que está liderando a equipe diplomática do Irã.

Em novembro do ano passado, após algumas rodadas, o Irã e o G5+1 anunciaram um acordo interino com medidas para a “construção da confiança”, com o objetivo de continuarem negociando um acordo final que encerre o longo período de sanções ocidentais contra o país persa e garanta ao mundo que o programa nuclear iraniano não tem fins bélicos, como alegam alguns países, inclusive os Estados Unidos.

Vontade política para acordo final

Zarif sublinhou a importância da vontade política para que se alcance um ponto final e expressou a total disposição do Irã para alcançar a implementar um acordo conclusivo até 20 de julho, o prazo final estabelecido pelo entendimento provisório de novembro.

O diplomata afirmou que se encontraria com a chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, ainda nesta quarta-feira. A última rodada de conversações entre o Irã e o G5+1 aconteceu há poucos dias, em 20 de junho, também em Viena, onde fica a sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com a qual o país persa tem colaborado para a inspeção do seu programa nuclear.

A disputa sobre o programa tem cerca de uma década, com as acusações de países como os EUA, membros da União Europeia e Israel, principalmente, sobre uma intenção bélica, com a construção de armas nucleares, por parte do Irã.

Já o governo persa, que nega as acusações, tem realizado parcerias com a AIEA na busca por sanar as dúvidas ainda remanescentes, enquanto também afirma o seu direito a um programa nuclear de fins civis, como signatário do Tratado de Não Proliferação e membro da agência.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da PressTV