Arábia Saudita envia tropas para a fronteira com o Iraque

A Arábia Saudita enviou 30 mil soldados para a sua fronteira de 800 quilômetros com o Iraque, nesta quarta-feira (2), após a alegada retirada de guardas fronteiriços iraquianos, devido às batalhas contínuas contra os membros de grupos extremistas. O governo iraquiano negou ter retirado os guardas, mas continua enfrentando o grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), cujo respaldo pela Arábia Saudita tem sido denunciado.

Arábia Saudita tropas - Reuters / Fahad Shadeed

A emissora saudita Al-Arabiya divulgou um vídeo que parece mostrar soldados iraquianos dizendo que o governo os havia ordenado deixar suas posições nas fronteiras com a Síria, a oeste, e com a Arábia Saudita, ao sul.

“Nós não sabíamos o motivo,” disse um oficial no vídeop, obtido pela emissora Al-Hadath, ligada à emissora Al-Arabiya. A matéria não esclarecia se a alegada retirada incluía as fronteiras do Iraque com a Jordânia e o Kuwait, ao sul, ou com a Turquia, ao norte.

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A autenticidade do vídeo não pôde ser verificada, mas a notícia sobre a retirada foi negada pelo porta-voz do governo iraquiano, tenente-general Qassim Atta, em declarações à mídia durante uma coletiva de imprensa na capital, Bagdá. O porta-voz disse que a fronteira está “sob o controle total” das tropas iraquianas.

O envio de soldados sauditas foi explicado como um esforço para proteger o país governado por uma monarquia sunita autocrática contra as “potenciais ameaças terroristas”, de acordo com a agência de notícias SPA, em referência à extensão da ação do EIIL, que também combate contra as tropas do governo na Síria, com apoio estrangeiro.

Segundo analistas, o grupo, que acaba de declarar um “califado”, ou “Estado Islâmico” de regime fundamentalista, saiu do controle da monarquia saudita e do seu aliado estadunidense, e poderia até declarar guerra aos Estados da região, inclusive à própria Arábia Saudita.

O governo iraquiano, atualmente xiita, está lutando contra o avanço dos extremistas sunitas, cujo objetivo é a consolidação o seu Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Além disso, os iraquianos também enfrentam a interferência estadunidense na questão, uma vez que os EUA não simpatizam com os governos xiitas.

Com informações da Russia Today,
Da Redação do Vermelho