PM age de forma truculenta em manifestação de trabalhadores no Rio

Cerca de 1500 Trabalhadores do Estaleiro Ilha (Eisa) que faziam um protesto na Estrada do Galeão na manhã desta segunda-feira (14), foram reprimidos fortemente pela Polícia Militar, que lançou mão da força bruta e do abuso de poder para dispersar o ato.

PM agrite trabalhadores no Rio - Reprodução

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio), Maurício Ramos, relatou que o Batalhão de Choque da corporação lançou bombas pesadas sobre os manifestantes em frente a uma loja de material de construções. Não houve feridos. "Nós somos todos trabalhadores, sem trabalho, tem gente com fome aqui. É um absurdo que a polícia aja assim nos dias de hoje", contestou Maurício.

O grupo afirma estar há quase dois meses sem receber salários e vale-alimentação. O estaleiro Eisa deve encerrar suas atividades nos próximos dias. Segundo Maurício, a empresa se comprometeu em pagar os funcionários nesta segunda, mas adiou a promessa para o dia 28 de julho. Mais de 3 mil trabalhadores podem ficar desempregados. Ele ressaltou que mais de 400 pessoas foram demitidas em massa no início do ano e ainda não receberam suas rescisões.

Estaleiro pode demitir até três mil funcionários

Não é de hoje que o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindmetal-Rio) denuncia a situação no Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), que pode deixar desempregados cerca de três mil trabalhadores.


Além de estar há mais de 2 meses sem saláro e sem vale-alimentação, os funcionários do estaleiro ainda correm risco de serem demitidos

Os funcionários estão em férias coletivas desde o dia 8 de junho e só retornariam ao trabalho nesta segunda-feira (14), após um adiamento do retorno, marcado inicialmente para o dia 30 de junho. No entanto, segundo o presidente do Sindimetal-Rio, Alex Santos, a empresa decidiu prolongar mais uma vez as férias coletivas até o dia 28, quando promete a volta ao trabalho.

Os salários estão atrasados há mais de um mês, e o vale-refeição não é distribuído há dois meses. O medo é que a empresa dispense os funcionários. Segundo Alex Santos, o Estaleiro Ilha informou que está tentando mudar o controle acionário da empresa e pediu o prazo até o final do mês para negociações. Sobre o risco do fim da empresa, ele comenta: “Eu diria que esse risco existe, seria leviano dizer que não”.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que vem acompanhando as negociações, informou que na manhã desta terça-feira (15) aconteceu uma reunião com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e que outra está marcada para a próxima quarta-feira (16). Segundo ela, a situação da empresa pode levar às demissões. “A resposta é a seguinte: eles estão sem fluxo financeiro e buscam arranjar um sócio investidor ou vender. Se até o dia 28 não houver nenhum investidor, pode haver o fechamento do grupo”, explicou a deputada.

Fonte: CTB