Pela primeira vez desde 1945 Alemanha espionará EUA e Reino Unido

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, decidiu espionar seus parceiros da Otan depois de exigir que o chefe da seção da CIA em Berlim deixasse a Alemanha.

Angela anunciou que seu país vigiará as ações dos agentes dos serviços americanos e britânicos em seu território, informou o diário britânico The Daily Mail nesta sexta-feira (25).

A decisão da chanceler é considerada uma resposta ao escândalo revelado recentemente na Alemanha ao ser divulgado que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) espionava os cidadãos da República Federal Alemã.

Depois de revelar que a NSA escutava às escondidas o celular de Angela, a chanceler exigiu que o ex-chefe da CIA em Berlim abandonasse o território alemão.

A agência de espionagem alemã (BND, em sua sigla em alemão) realizará uma estrita vigilância das ações dos agentes estadunidenses em território alemão. Esta decisão marca o primeiro caso de observação da inteligência aliada por parte da Alemanha desde o ano de 1945, quando as autoridades da então Alemanha Ocidental decidiram dar liberdade a esses serviços.

Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou ao chefe do Gabineta da Casa Branca, Denis McDounough, e à assessora para a luta contra o terrorismo, Lisa Monaco, a Berlim. Oficiais da Casa Branca afirmam que na capital alemã abordaram apenas "assuntos de segurança".

"Apenas por meio de negociações e acordos se pode restabelecer a confiança. Asseguraremos que essas negociações tenham lugar, mas por enquanto não posso dar nenhum dado concreto", admitiu Angela. Entretanto, a chanceler alemã reafirma que Alemanha e EUA continuam como parceiros e "nada pode mudar isso".

Ao mesmo tempo, a Casa Branca não fez nenhum comentário. Angela desmentiu a possibilidade de conceder permissão ao ex-agente da NSA de refugiar-se na Alemanha.

Um funcionário da Casa Branca assegurou que a CIA não utilizaria programas de vacinação como fachada para atividades de inteligência. A CIA afirma que não tem a intenção de utilizar os materiais genéticos obtidos no marco desses programas.

Fonte: Russia Today