Ucrânia: Exército dispara mísseis contra civis; 130 mil são refugiados

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a “crise na Ucrânia” já resulta em quase 100 mil deslocados internos (pessoas que foram obrigadas a deixar seus lares e cidades devido à violência, mas continuam dentro do país) e 130 mil refugiados, que atravessaram a fronteira para a Rússia. Nesta sexta-feira (25), defensores dos direitos humanos acusam o exército ucraniano de usar mísseis para atacar indiscriminadamente áreas densamente habitadas.

Ucrânia - RIA Novosti / Mikhail Voskresenskiy

A violência da operação militar lançada pelo governo ucraniano contra os insurgentes do leste causou ainda mais deslocamentos forçados entre os civis da região desde junho, principalmente em Donetsk e Lugansk, informou o Acnur, em referência aos locais mais afetados por bombardeios aéreos e invasões das tropas ucranianas, com tanques e artilharia pesada.

"Estamos próximos dos 100.000 deslocados internos na Ucrânia", declarou Dan McNorton, um porta-voz do Acnur, em Genebra, Suíça, nesta quinta-feira (25).

A organização Human Rights Watch divulgou um relatório, nesta sexta-feira, com acusações do que seriam crimes de guerra perpetrados pelas forças oficiais ucranianas no leste, principalmente devido ao disparo de mísseis de forma indiscriminada, atingindo inúmeros civis.

Entretanto, a organização também criticou as milícias de autodefesa por “se abrigar” em áreas densamente habitadas, embora esses grupos sejam formados por civis que se organizaram para resistir contra a ofensiva lançada por um governo cuja autoridade não reconhecem.

Ainda assim, a organização informou que, ao contrário do que alega o governo ucraniano, uma missão independente de averiguação enviada ao leste do país concluiu que as forças oficiais foram responsáveis por ataques com mísseis entre 12 e 21 de julho.

Em fevereiro, um golpe de Estado colocou no poder, com respaldo dos EUA e da União Europeia, um grupo de extrema-direita e fascista que alegava combater “rebeldes pró-russos” no leste, uma vez que parte da população se manifestava pela separação da Ucrânia e a reintegração à Rússia. A maior parte dos habitantes também é russo-falante. Entretanto, diversos civis atingidos pela ofensiva afirmam não ter posições políticas neste, o que não os salva da violência.

Da Redação do Vermelho,
Com informações do Acnur e da Russia Today