Padilha: “Alckmin rompeu o contrato com a sociedade de São Paulo”
Durante entrevista coletiva à imprensa, o candidato a governador de São Paulo, Alexandre Padilha, da Coligação Para Mudar de Verdade (PT-PCdoB-PR) apontou falhas estruturais e afirmou que o governo do estado já aplica um racionamento de água na prática e que o compromisso assumido pela atual gestão há dez anos e que não saiu do papel.
Por Ana Flávia Marx
Publicado 01/08/2014 13:37 | Editado 04/03/2020 17:16
O compromisso a que se referiu Padilha foi firmado na assinatura da Outorga do Sistema Cantareira, que daqui a cinco dias completa dez anos e que nada que foi prometido e planejado saiu do papel.
“É preciso ter transparência. A cada mês o governador Geraldo Alckmin fala uma coisa e a impressão que eu tenho é que assim que acabar a eleição, ele fará um pacote de maldades sobre o uso da água”, apontou Padilha.
Para o candidato, o principal problema é que existe um cansaço do PSDB que está há 20 anos no governo e não consegue enfrentar os problemas estruturantes. “O PSDB está cansado e é por isso que falta soluções inovadoras, transparência e diálogo com a sociedade”.
Há dez anos, o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) recomendou à gestão de Geraldo Alckmin que preparasse um plano de emergência para deter, na época, uma possível crise do abastecimento da água. A indicação consta na resolução 1213/2004 em que previa 12 meses para apresentar um plano de contingência e 30 meses para planejar medidas que reduzissem a dependência da Capital.
Alexandre Padilha negou qualquer intenção de fazer racionamento de água ou aplicar multa para os consumidores, caso se eleja governador.
“Sou contra a solução do padrão do governo Alckmin. Ele quer jogar na conta do cidadão a responsabilidade do contrato que ele rasgou”.
Programa "Água, dia e noite"
Padilha apresentou o programa “Água, dia e noite”, em que faz ao racionamento em que acontece na região metropolitana de São Paulo no período noturno e que contém as possíveis soluções para que, a curto, médio e longo prazo, o estado de São Paulo possa ter segurança hídrica.
O conjuntos das ações propostas pelo candidato foram orçadas em 5 bilhões de reais, valor menor que o lucro da Sabesp, empresa responsável pelo planejamento e abastecimento de água no estado.
Foram apresentadas propostas de interligação e transposição de bacias, captação água de outras regiões, ampliação da capacidade de tratamento e redução de perdas e desperdícios.
Padilha quer também combater o desperdício de uso da água na área urbana, criar incentivos para programa de reuso da água nas grandes cidades e indústrias e integrar políticas de habitação, saneamento e meio ambiente.