Servidores da USP e Unicamp fazem protestos nas universidades

Funcionários em greve estão promovendo um acampamento na Universidade de São Paulo (USP), no Butantã, Zona Oeste da capital paulista, em protesto contra o corte nos salários dos grevistas, que paralisaram as atividades há mais de dois meses.

Greve dos professores da Unicamp - Reprodução

O protesto começou ainda na tarde de segunda-feira (4). Além de fecharem a entrada da reitoria, centenas de funcionários fecharam também o Centro de Práticas Esportivas, ao Departamento de Tecnologia e Informação, a Administração Central e a Prefeitura do Campus. Os restaurantes centrais e as três creches também estão fechados.

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O Sindicato dos Trabalhadores da USP, no entanto, afirmou que cerca de 150 pessoas dormiram dentro do prédio. A USP informou não ter informações de que os manifestantes estavam dentro do imóvel e que as aulas acontecem normalmente. “O reitor mandou cortar o ponto. Então, ontem nós decidimos fechar o prédio da reitoria. Vamos manter o prédio fechado enquanto a situação não se resolver. O reitor não negocia salário e ainda manda cortar o ponto?”, indagou Magno de Carvalho, diretor do Sintusp.

Greve mais longa dos últimos dez anos

A greve de docentes e funcionários começou em 27 de maio e já é a mais longa dos últimos dez anos. As três categorias da USP reivindicam a derrubada do congelamento de salários proposto pelos reitores da USP, da Unesp e da Unicamp, que negociam com os sindicatos por meio do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Em 3 de setembro, está prevista uma reunião para mais uma rodada de negociações entre as representantes das universidades e os sindicatos dos trabalhadores.

Nesta segunda-feira, algumas unidades da USP voltaram às aulas, mas outras permaneceram em greve. Foi o caso da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde os professores realizaram debates com os estudantes dos cursos para apresentar os motivos da greve e um calendário de aulas públicas e debates durante a semana.

Servidores mantém greve na Unicamp

Na Unicamp, o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) fez um protesto em três das quatro entradas da universidade na manhã da segunda-feira (4). O ato acontece quatro dias depois de os professores aceitarem a proposta do reitor José Tadeu Jorge para um abono salarial de 21%.

O diretor do STU Diego Machado de Assis afirmou que cerca de 150 pessoas se concentraram em frente as três portarias e realizaram uma planfetagem para os motoristas que entravam na universidade.

Segundo Assis, a greve dos funcionários seguirá até que seja oferecida uma nova proposta de reajuste salarial. "Os professores aceitaram o abono de 21%, mas a greve dos servidores da Unicamp continua e é por isso que fizemos este ato", disse.

O STU ainda prevê uma concentração em frente à reitoria da universidade. No entanto, segundo o diretor, será apenas uma reunião dos trabalhadores. Não está previsto nenhum ato oficial.
Segundo o STU, a adesão à greve da categoria é de 70%. O percentual, no entanto, é contestado pela universidade que afirma que as atividades funcionam normalmente em 85% das 22 unidades de ensino e pesquisa. Nos outros 15%, segundo a instituição, houve adesão predominantemente de servidores técnico-administrativos.

Professores

Os docentes e funcionários da Unicamp decidiram parar as atividades em junho, após decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) que congelou os salários da categoria e também dos funcionários técnicos-administrativos. Na quinta-feira (31), em reunião com o reitor, a Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp) aceitou o abono de 21% e anunciou o retorno das aulas para esta segunda-feira (4).