EISA descumpre acordo e provoca indignação de metalúrgicos no Rio
Em audiência do Ministério Público do Trabalho na terça-feira (12), a empresa se comprometeu a não dificultar a saída dos trabalhadores que desejavam romper o contrato garantindo seus direitos. No entanto, pouco antes da realização da assembleia, nesta quarta (13), que colocaria em votação o acordo, representantes do EISA pediram uma nova reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-RJ) para dizer que não iria cumprir o combinado.
Publicado 14/08/2014 11:46
Na maior crise da sua história, o estaleiro de EISA (indústria naval) é um dos mais importantes do país e pertence ao empresário German Efromovich, que também é dono da companhia aérea Avianca. Os 3.200 trabalhadores estão sem receber salários há pelo menos três meses.
O presidente do sindicato, Alex Santos, repudiou a postura do EISA e ressaltou: “Parece que somente nós estamos buscando uma solução que na verdade tem que vir da empresa. Eles haviam assumido um compromisso junto ao Ministério Público do Trabalho e, hoje, estão voltando atrás alegando que não podem liberar os trabalhadores porque isso acabaria com a empresa. Sendo assim, o Sindicato também vai rever sua posição e não vai colocar em votação a suspensão dos contratos de trabalho”.
Suspensão do contrato
Alex informa que o estaleiro buscava um acordo para a suspensão dos contratos de trabalho para, na visão dos dirigentes da empresa, se reestruturar financeiramente. A suspensão do contrato é a sustação temporária dos principais efeitos do contrato de trabalho, que é pagar e prestar serviço, mas preserva o vínculo empregatício entre ambas as partes.
Ainda segundo a lei, quando o contrato de trabalho é suspenso por comum acordo, os trabalhadores recebem o valor de R$ 1.300 do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e o restante do salário é pago pela empresa. A proposta do EISA, no entanto, era de só arcar com o vale-alimentação.
Pagamento de salários
Na reunião, os representantes disseram que conseguiram a liberação de parte do empréstimo que precisavam no exterior e que, por conta disso, pagariam até o dia 20 de agosto os salários do primeiro mês atrasado, juntamente com o cartão de alimentação, e no dia 27 seriam pagos os salários do mês seguinte. “O Sindicato só pode acreditar que elas são verdadeiras quando se transformarem em realidade”, advertiu Alex.
Uma nova assembleia está marcada para quinta-feira (21), às 14 horas, na Candelária. De lá serão decididas quais as ações serão tomadas para dar maior visibilidade e buscar uma solução para os problemas vividos pelos mais de 3 mil trabalhadores.
Da redação do Portal Vermelho
Com informações de agências