Patrões não negociam e metalúrgicos gaúchos continuam em greve

Apesar do frio, os mais de dois mil trabalhadores metalúrgicos de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, se reuniram na manhã desta segunda-feira (21) em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos da cidade para decidir os rumos da campanha salarial da categoria em assembleia geral.

Eles decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), que propôs zero de aumento real. Concordaram também que as negociações do dissídio serão feitas separadamente em cada empresa e a categoria mantém o estado de greve.
Mesmo depois de três rodadas de negociação, os patrões continuaram oferecendo zero de aumento real, não aceitaram nenhuma das reivindicações de direitos trabalhistas e se recusaram a continuar o diálogo, além de ameaçar levar o dissídio para o judiciário.
“O Simecs não quer avanços, não quer valorizar o trabalhador. Nós queríamos negociar, queríamos um diálogo de forma democrática e sadio, mas os patrões negam os pedidos dos metalúrgicos com não e não. Por isso, os metalúrgicos mostraram hoje que estão indignados com o desrespeito dos patrões, com a ganância e a intransigência deles perante a nossa campanha salarial. Hoje mostramos a nossa força. Os empresários querem vocês trabalhando mas hoje produzimos para os trabalhadores, produzimos valorização.”, destacou o presidente em exercício do sindicato, Luis Carlos Ferreira.
O diretor da Fitmetal, Herbert Gonçalves Bezerra, esteve na assembleia dando apoio à categoria da cidade que é referência entre os metalúrgicos do Brasil. “Os patrões são iguais em todo o Brasil, só entendem quando paramos as máquinas. Caxias do Sul é referencia mais uma vez de luta, unidade, mobilização e conquista. Se o salário fosse tão bom quanto dizem essa rua não estaria cheia de trabalhadores indignados. Os metalúrgicos produzem a riqueza da cidade, do país e do mundo, merecem valorização”.