Em greve, estudantes protestam por melhores condições na Unemat

Cerca de 100 estudantes de medicina da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat) realizaram um protesto na manhã desta segunda-feira (18), em frente ao Palácio Paiaguás, sede do governo, localizado na capital Cuiabá, reivindicando melhores condições e estrutura para o curso.

Greve dos estudantes da Unemat - Reprodução

Segundo os manifestantes, a biblioteca da universidade encontra-se defasada, faltam laboratórios, professores e convênios com hospitais.

‘’Estamos fazendo manifestação para chamar a atenção do governo e também da população para a nossa causa. Para que voltem os olhos para os problemas da universidade’’, explicou o acadêmico Egon Lindorfer Neto.

Em nota, os estudantes denunciam o longo período pelo qual a instituição vem enfrentando tais dificuldades. ‘’ Desde 2012 a reitoria da Unemat promete, mas não cumpre. Uma das promessas é a entrega dos blocos de laboratórios, garantida para três datas, todas adiadas.

Foram adquiridas apenas algumas peças artificiais de laboratório, e as anatômicas humanas, indispensáveis ao aprendizado médico, continuam inexistentes. Além disso, falta espaço físico para aulas fazendo com que as salas sejam disputadas entre os professores’’, afirma o documento.

Outra reclamação diz respeito à falta de docentes capacitados para desenvolverem o método de aprendizagem utilizado pela instituição. A medicina da Unemat usa o método ABP (Aprendizagem Baseada em Problema) de ensino, no qual o professor não dá aulas tradicionais, mas atua como facilitador do aprendizado, tirando dúvidas dos alunos. Assim, o estudante é ativo no seu conhecimento, necessitando do plano de ensino para seguir corretamente com o plano de estudos.

Os estudantes de medicina da Unemat estão em greve desde o último dia 13 de julho, sem previsão de volta às aulas. Segundo eles, desde 2012, quando o curso foi implantado no campus de Cáceres, cidade localizada a 176 km da capital do estado, a falta de estrutura é evidente.

Em 2013, uma onda de protestos exigiu a solução das deficiências e irregularidades. Na ocasião, foram feitas reuniões com os reitores Adriano Silva e seu sucessor Dionei Silva. Os reitores prontificaram-se a ouvir as reivindicações dos alunos e garantiram que as irregularidades seriam definitivamente sanadas.

No entanto, segundo os estudantes, as deficiências persistem. Na última semana o Ministério Público abriu inquérito para investigar o caso. Em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Reitoria, a universidade alegou que, em virtude das colações de grau, o reitor Dionei Silva não se encontra em Cáceres e propôs receber todos os acadêmicos nesta terça-feira (19).

Fonte: UNE