Argentina defende reestruturação para pagamento de "fundos abutres"

O governo argentino assegurou nesta quarta-feira (20) que sua proposta de pagar em Buenos Aires seus bônus emitidos sob legislação estrangeira não implica mudança nas regras do jogo e que busca proteger seus credores que ficaram presos em uma disputa judicial.

Cartaz na Argentina contra fundos abutres

O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, afirmou que a Argentina pagará por completo a dívida contraída na década de 1990. Em uma coletiva de imprensa oferecida após a apresentação do projeto de lei para o pagamento dos chamados “fundos abutres”, ele disse que a sentença do juiz norte-americano Thomas Griesa é de “impossível cumprimento”. Ao mesmo tempo, Kicillof defendeu que “a posição da Argentina não é de evasão, mas de defesa da reestruturação da dívida”.

A declaração do ministro é uma resposta aos meios de comunicação que noticiaram que a medida adotada pelo governo argentino é uma tentativa de burlar a ordem de Griesa, que bloqueou os pagamentos da dívida no exterior até que o país pague o valor total de mais de 1,33 bilhão de dólares.

Leia também:
Argentina obtém apoio de comitê da ONU contra fundos abutres
Maurício Abdalla: Capitalismo é o reinado dos abutres

Ele também destacou o apoio internacional que a Argentina recebeu em relação ao pagamento dos “fundos abutres”, assinalando que "133 países das Nações Unidas, assim como Brics, a OEA, a Cepal, a Unasul, Mercosul, China, Rússia e até os Estados Unidos, concordam com que esta decisão não é lógico, jurídico e ridículo”.

A decisão da Argentina, incorporada em um projeto de lei anunciado na noite de terça-feira (19) pela presidente Cristina Kirchner, implica alterar o lugar de pagamento dos bônus emitidos nas trocas de dívida de 2005 e 2010, quando grande parte dos credores aceitou fortes descontos na dívida que vinha sendo paga regularmente.

"Esta lei não é obrigatória… O que dizemos é 'vamos pagar dessa maneira se antes não surgir outra opção provocada pelos próprios detentores de títulos que tenham interesse'", afirmou Kicillof.

Finalmente, o ministro assegurou que a Argentina não vai para o default, porque "a boa economia assinala que, se a pessoa tem um prazo de vencimento em setembro de US$ 200 milhões e tem na reserva US$ 29 bilhões de dólares, não há nenhum padrão, por definição", disse ele.

Da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Reuters e da Telesur