Clima fica mais tenso em Ferguson após a morte de outro jovem negro

As manifestações seguem intensas em Ferguson, St. Louis. A morte de Michael Brown, a cerca de duas semanas, reavivou grandes tensões raciais entre os norte-americanos. Moradores da região continuam revoltados com o assassinato do rapaz negro por um policial branco.

Protesto nas ruas de Ferguson pede prisão de policial

As autoridades locais fizeram pelo menos 47 detenções nas últimas horas, após manifestantes atirarem objetos na direção da polícia. O governo tem reprimido as manifestações de forma truculenta, com o uso de spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e o aparato de um forte armamento. Também não existe uma transparência sobre as investigações do caso.

A perícia encomendada pela família apontou que Michael levou seis tiros, alguns na cabeça. Ele estava desarmado quando foi abordado pelos policiais. Outro caso ocorrido nesta terça-feira (19) revoltou ainda mais a comunidade de Ferguson. Mais um jovem negro foi morto pela polícia, em um bairro próximo. Segundo os agentes de segurança, ele tentava assaltar uma loja e portava uma faca, ainda não existem mais detalhes sobre o caso.

A grande militarização da polícia na contenção das manifestações na região tem chamado à atenção do mundo todo, demonstrando a forma como os norte-americanos tratam seus próprios cidadãos. A realidade em Ferguson, local com mais de 70% de população negra e com a polícia formada de forma esmagadora por pessoas brancas, evidencia também os graves problemas raciais não solucionados.

Desde o último dia 9 de agosto, quando aconteceu a morte de Michael Brown, de 18 anos, e centenas de pessoas foram às ruas demonstrar sua indignação e sua insatisfação com a forma como os negros são tratados naquele país, o governo norte-americano tem usado uma mão pesada para acabar com as manifestações.

"Supõe-se que os policiais são pessoas locais e devem ser agentes de paz. Eles não devem ser guerreiros", lamentou o ex-congressista Ron Paul.

As autoridades locais temem que a morte do outro jovem negro acirre ainda mais a tensão entre a polícia e a população e que a situação fuja do controle.

Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações da Hispan TV