Juri apresenta provas contra policial que matou jovem negro nos EUA

Um grande júri apresentará nesta quarta-feira (20) evidências contra o policial branco que matou a tiros há 11 dias, na cidade estadunidense de Ferguson, o jovem negro Michael Brown, de 18 anos.

Ferguson

Segundo o escritório do promotor do condado de Saint Louis, no estado de Missouri, o painel cidadão determinará se o agente Darren Wilson será preso ou não por este crime, semelhante ao cometido em fevereiro de 2012 na Flórida contra o também jovem negro Trayvon Martin.

Testemunhas oculares enfatizam que Brown foi morto a tiros com as mãos para o alto em uma posição de rendição, mas as autoridades alegam uma versão diferente dos fatos.

O incidente, ocorrido no dia 9 de agosto, desatou imediatamente a indignação dos moradores desse subúrbio – de cerca de 21 mil habitantes –, provocando uma onda de manifestações e confrontos que vão para além de Ferguson.

Os manifestantes, que exigem a detenção de Wilson, foram reprimidos com gás lacrimogêneo e balas de borracha pela polícia antimotim.

O capitão Ron Johnson, da Patrulha de Ruas de Missouri, justificou esse procedimento para dispersar os manifestantes porque, alega, os agentes foram objeto de "um intenso tiroteio" e além disso, foram atacados com coquetéis molotov e garrafas.

No entanto, o presidente Barack Obama manifestou sua preocupação pela resposta a estas jornadas de desobediência, porque "há uma grande diferença entre nossas forças armadas e as forças locais da ordem e queremos que esses limites fiquem claros".

Na segunda-feira, uma autópsia privada, realizada a pedido da família de Brown, concluiu que o rapaz, cujo cadáver não apresentava sinais de resistência, recebeu seis disparos, dois deles na cabeça.

O exame forense apontou que os tiros não foram à queima-roupa, já que não havia resíduo de pólvora em seu corpo, o que sugere que o oficial disparou a mais de 60 centímetros de distância.

Uma das jornadas de protestos mais violenta foi na noite da última segunda-feira (18), quando foram reportadas ao menos duas pessoas feridas por tiros e 31 presos.

Dados do censo destacam que 65% dos habitantes dessa comunidade do condado de Saint Louis são negros e 21% deles vivem abaixo da linha da pobreza.

Fonte: Prensa Latina