Governo argentino critica greve do movimento opositor

O chefe de Gabinete argentino, Jorge Capitanich, assegurou nesta sexta-feira (29) que a greve realizada nesta quinta-feira (28) por sindicatos opositores teve uma clara intenção política e não em defesa dos postos de trabalho.

Greve na Argentina - Daniel García | AFP

Ele insistiu que “não foi nem geral, nem nacional”, porque “os trabalhadores sabem que este Governo é o que mais os defende”. Capitanich reiterou que o sistema produtivo do país funcionou normalmente porque 75% dos sindicatos não apoiaram a paralisação.

Disse ainda que “o Governo é quem realmente defende os trabalhadores através de ações como a recuperação do sistema de pensões, a eliminação das comissões que hoje vão para os aposentados e a promoção da criação de postos de trabalho, entre outras medidas”.

Houve pouca gente nas ruas, os comércios abriram normalmente, as escolas tiveram aulas e o transporte público, com exceção dos trens, funcionou, descreveu o jornal Página 12.

Ainda de acordo com o jornal, esta segunda greve, organizada por grupos sindicais opositores, foi menor que a realizada em 10 de abril. Convocada pelos líderes Hugo Moyano e Luis Borrionuevo, a manifestação se concentrou em trens e aviões, mas não paralisou o funcionamento normal da capital Buenos Aires, apesar dos piquetes da esquerda trotskista que se somou a eles.

Entre as reivindicações dos grevistas estão a redução dos impostos e uma segunda rodada de negociações para aumentar os salários, reclamaram ainda da inflação, demissões e insegurança. Estes últimos três são as principais bandeiras do movimento opositor ao Governo de Cristina Kirchner.

Tanto Capitanich, como os ministros do Trabalho, Carlos Tomada e do Interior e Transporte, Florêncio Randazzo, concordaram em afirmar que os grêmios paralisados, em particular os caminhoneiros, o setor de alimentação e os ferroviários, são os que possuem atualmente os mais altos salários do país.

O chefe de Gabinete informou também que hoje em dia apenas 10,4% dos trabalhadores pagam impostos sobre lucros, e esclareceu que esta tributação atinge apenas quem ganha mais de 15 mil Pesos por mês. Essa medida ainda isenta 89,6% dos assalariados. Ele reforçou que esses fundos são utilizados em programas sociais destinados à educação de jovens pobres entre 18 e 25 anos, à proteção da criança, e como subsídios de pequenas empresas.

O secretário geral do partido Novo Encontro, Martín Sabatella, criticou que estes grêmios manifestantes são os mais beneficiados com os governos de Néstor e Cristina Kirchner, e agora estão se unindo à oposição ou atuam como seus instrumentos funcionais.

Fonte: Prensa Latina