Investimentos sociais cresceram 16,2% do PIB desde 1995

A análise da trajetória do investimento federal social, de 1995 a 2011, mostra um grande crescimento desse tipo de gasto em relação ao PIB. De 11,2% em 1995 foi a 13% em 2003 e alcançou expressivos 16,2% em 2011.

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O expressivo crescimento dos gastos sociais federais, em relação ao PIB, pode ser interpretado por alguns como um “gasto excessivo”. Pelo menos tem sido o argumento de alguns candidatos como Aécio Neves (PSDB), que propõe um drástico ajuste das contas públicas, com adoção do que classifica como “medidas impopulares”.

Tal postura, que se apresenta como uma análise supostamente neutra e estritamente matemática, na verdade representa interesses muito claros dos que prefeririam que o desigual status quo da sociedade brasileira perdurasse e que os recursos gastos com programas sociais fossem, na verdade, parcialmente realocados para outras despesas, tais como o pagamento de mais juros.

Porém, para aqueles brasileiros que saíram da miséria, que se beneficiam da diminuição das desigualdades e que puderam melhorar sua condição de vida, a análise pragmática nega que tais gastos sejam “excessivos”.

Infelizmente, tais setores que mais se beneficiam com os gastos sociais não têm o mesmo acesso aos meios de comunicação e grupos de lobby como o têm os grupos que defendem a diminuição dos gastos sociais. Portanto, os argumentos dos últimos acabam ganhando mais eco.

Realmente, para os que não necessitam de programas sociais, é muito cômoda a posição de afirmar categoricamente que o “governo gasta demais”. No entanto, pouco se reflete sobre os benefícios gerados para toda a sociedade de viver em um País mais igual, em que todos tenham acesso garantido a direitos constitucionais, tais como saúde, educação, alimentação e moradia dignos.

Fonte: Brasil Debate