Correa pede unidade à esquerda latino-americana

O presidente do Equador, Rafael Correa, conclamou nesta segunda-feira (29) a esquerda latino-americana a unir-se, construir agendas comuns, defender os governos progressistas e edificar a pátria soberana regional.

Correa: CIDH persegue governos progressistas da América Latina - AP

O chefe de Estado assegurou que só se consolida a integração se for conquistada a segunda e definitiva independência, assim como potencializar as capacidades próprias dos países para assegurar a soberania e o desenvolvimento.

Durante a conferência de abertura do Encontro Latino-Americano Progressista, o presidente ressaltou a importância neste sentido de estimular as iniciativas como o Banco do Sul e o Fundo de Reserva do Sul, assim como implementar mecanismos de intercâmbio compensados, que permitam reduzir o uso de moedas de fora da região.

Correa também se referiu aos objetivos do campo progressista no poder, e assinalou que a esquerda no século 21 mantém concepções tradicionais como a busca da justiça em todos os sentidos, a supremacia do ser humano sobre o capital e o papel protagonista do Estado na sociedade.

A nova esquerda, agregou, deve superar algumas posturas do passado, como negar o mercado, o que é um mecanismo econômico presente em todas as sociedades.

"O que acontece é que não é o mesmo ter uma sociedade com mercado que uma sociedade de mercado", assegurou, ao explicar que o mais importante é colocar o mercado em função do bem estar comum.

Correa também estimou que é necessário estabelecer um equilíbrio entre o indivíduo e a ação coletiva, dar o valor que tem e a noção de eficiência e reconhecer as especificidades de cada país na construção do socialismo, o que implica em evitar as padronizações.

Ressaltou também a importância de construir um conceito próprio de desenvolvimento, focado na busca do bem estar, e não repita os mesmos objetivos capitalistas em relação ao consumismo, à industrialização, à acumulação de capital, entre outros.

Por outro lado, Correa alertou sobre o processo de restauração conservador na região e asseverou que a direita já superou o estado de torpor e está se reorganizando.

Diante dessa arremetida conservadora que emprega táticas desestabilizadoras como os golpes brancos, o presidente assinalou que cada vez mais é necessária a união e, para isso, é realizado o encontro.

O ELAP, como foi chamado o evento, teve início nesta segunda na Casa da Cultura Equatoriana em Quito, com a presença de representantes de 35 partidos e movimentos políticos e progressistas de cerca de 20 países.

Fonte: Prensa Latina