Cientista político argentino defende união da América Latina

Durante o Encontro Latino-Americano Progressista realizado no Equador, nesta segunda e terça-feira (20 e 30), o cientista político argentino, Atilio Borón, afirmou que “o futuro da América Latina é a unidade e o avanço sem pausa até a integração, ou nos converteremos na estrela 51 dos Estados Unidos”. Fez uma alusão à expressão “Estado 51”, que se refere ao próximo território do país do Norte, atualmente com 50 estados.

Atílio Borón - TR

Autor de “América Latina na geopolítica imperial” e outros importantes livros sobre a política da região, participa do encontro cujo objetivo é traçar um plano de ação para resistir á reestruturação conservadora e marcha na América Latina.

“A ameaça é muito forte, e o projeto estadunidense busca que a América Latina volte à situação que havia na noite de 31 de dezembro de 1958”, disse Borón, em alusão à véspera do triunfo da revolução cubana, liderada por Fidel Castro, que mudou o panorama político da região.

Segundo o intelectual argentino, os planos de Washington passam por apoiar e encorajar o ressurgimento da direita latino-americana, que se viu obrigada a retroceder pelo triunfo quase simultâneo dos governos de esquerda na Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Argentina e Brasil, no início deste século.

“O que os Estados Unidos fazem agora é lançar está restauração conservadora para tentar recuperar esta região que sempre considerou sua”, disse Borón, que na véspera interviu em uma das mesas de trabalho de Encontro Latino-Americano Progressista que termina nesta terça-feira (30), em Quito.

Para Borón, esse evento é muito positivo porque propicia o debate e as análises sobre os perigos que enfrentam os partidos e organizações de esquerda, e blocos integracionistas como a Celac e a Unasul, onde Washington não tem participação.

“Tem sido um encontro muito frutífero, muito rico nas discussões”, disse Borón sobre a reunião organizada pela governante da Aliança Pais, coalizão liderada pelo presidente Rafael Correa, e quem também incitou os participantes a consolidar a unidade latino-americana para combater as tentativas desestabilizadoras da direita.

O evento que reúne 37 organizações de esquerda de mais de 20 países deve aprovar um plano de ação de combate à restauração conservadora denunciada por Correa.

Fonte: Prensa Latina