ONU pede ajuda humanitária para os civis na Síria

As Nações Unidas pediu que as partes em conflito na Síria facilitem a chegada de ajuda humanitária aos civis isolados pelos combates.

Siria - Khalil Ashawi/Reuters

Em uma reunião do Conselho de Segurança, a secretária-geral adjunta para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, lembrou dos problemas que podem surgir por conta da proximidade do inverno e da continuidade dos confrontos.

A intensidade dos combates e as mudanças no controle de territórios afetam a entrega de fornecimentos à população, disse Amos, que reconheceu passos dados pelas autoridades para permitir a ajuda, mas também as acusou de obstaculizá-la.

O órgão de 15 membros realizou a sétima reunião para o acompanhamento de sua resolução de fevereiro, que exige um o cessar da violência e facilidades para assistir às pessoas necessitadas.

Amos apresentou um relatório do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre a situação humanitária e o cumprimento de ambas as normas no conturbado país levantino, mergulhado no quarto ano de um sangrento conflito caracterizado pela ação de extremistas e mercenários apoiados por forças do exterior para derrubar o presidente Bashar al Assad.

Similar aos anteriores, o texto atribui as violações dos direitos humanos tanto ao governo como aos grupos armados, uma postura rechaçada por Damasco, ao considerá-la distorcida e baseada em elementos pouco confiáveis, entre eles os apresentados por organizações alinhadas contra as autoridades sírias.

Ban reconhece os estragos causados na população civil pelas forças irregulares, incluindo o Estado Islâmico (EI), extremistas sunitas que também operam no Iraque e se converteram no centro da cruzada antiterrorista dos Estados Unidos no Oriente Médio. A Síria exige que a crise seja analisada com objetividade e se admita de uma vez que a solução à mesma passa por deixar de respaldar os fundamentalistas e mercenários, a quem responsabiliza pela morte de milhares de civis e os severos danos à infraestrutura nacional.

O governo da al Assad assegura ter pleno compromisso com a atenção humanitária às vítimas, expressado na distribuição de recursos aos afetados pelas hostilidades e a cooperação com as Nações Unidas nessa direção.

Além disso, reivindica o fim do duplo critério em matéria de terrorismo e considera que ainda que tardia, a resposta à ameaça extremista representada pelo EI é bem-vinda.

O vice-primeiro-ministro e chanceler da Síria, Walid al-Moualem, denunciou nesta terça-feira (30) na Assembleia Geral que os Estados Unidos trava uma cruzada, mas não deixa de apoiar com armas, dinheiro e treinamento ao que chama oposição moderada.

Al-Moualem recordou que seu país levou muito tempo solicitando a condenação ao terrorismo e o cessar da ajuda aos grupos violentos.

Fonte: Prensa Latina