Síria critica apoio dos Estados Unidos à oposição armada

O primeiro-ministro sírio, Wael al-Halqi, criticou o apoio dos Estados Unidos a chamada "oposição moderada" regional que opera dentro do país árabe contra os aliados do governo de Damasco.

Primeiro-ministro sírio, Wael al-Halqi

Al-Halqi fez as declarações durante seu discurso, neste domingo (12), no Parlamento sírio, que também colocou em dúvida a real intenção dos Estados Unidos de liderar uma coalizão contra o terrorismo na Síria e no Iraque, sob o pretexto de acabar com o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

"A coordenação entre a coalizão internacional para lutar contra o EI e a chamada oposição moderada síria levanta questões sobre a intenção da coligação em interferir na política da Síria", observou ele.

Reiterando a necessidade urgente de apoiar o povo da cidade síria Kobani (Ain al-Arab, para os árabes), sitiados pelos terroristas do EI, recordou a obrigação da comunidade internacional em combater os extremistas.

Referindo-se a um recente ataque de um grupo armado em uma escola primária na província de Homs, ele destacou o apoio de Washington e seus aliados a terroristas, chamando-os de "oposição moderada", como a principal causa da tragédia.

Na última sexta-feira (10), o porta-voz adjunto do Departamento de Estado americano, Marie Harf, anunciou que a Turquia havia concordado em participar da coalização ficando incumbida da tarefa de treinar e equipar a chamada oposição moderada na Síria, sob o pretexto de combater o EI.

Em conclusão, o primeiro-ministro sírio diz que seu país vai continuar a sua luta contra os extremistas, apoiados por estrangeiros, para acabar com a ameaça terrorista e devolver a estabilidade ao país árabe.

Desde meados de setembro, Kobani, localizado na fronteira com a Turquia, é alvo de ataques do EI que tem conseguido ocupar várias cidades vizinhas, provocando um êxodo de refugiados para a Turquia e outras partes da Síria.

Avanços do EI nos últimos dias em Kobani mostram a ineficácia da intervenção militar dos Estados Unidos e seus aliados na Síria, sob o nome de coalizão antiterrorismo.

Por seu lado, a Turquia, cuja fronteira está a poucos quilômetros de distância de Kobani, norte da Síria, se abstém de apoiar as forças curdas e nem mesmo deixar os voluntários curdos na Turquia cruzarem a fronteira para ajudar seus companheiros rodeados pelo EI, nesta cidade predominantemente curda.

De acordo com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, Ancara poderia enviar forças para a Síria para lutar contra o EI apenas se os Estados Unidos e seus aliados tivessem o objetivo final de derrubar o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Da redação do Vermelho,
com informações da Hispan TV