Iraque prepara-se para libertar Nínive do controle do EI

Fontes militares indicaram que unidades das forças armadas e de segurança alistam-se para avançar sobre Mosul, a segunda cidade do país e capital da setentrional Nínive que os jihadistas tomaram no começo de junho junto com Tikrit, cabeceira provincial de Saladino.

As diligências seguiram a pedido ontem do ministro de Defesa, Khaled Al-Obeidi, a xeques muçulmanos, idosos ilustres e membros do Conselho da Cidade (governo) para que estejam prontos e apoiem às tropas regulares no propósito de libertar a região do domínio dos muçulmanos.

Al-Obeidi discutiu com líderes tribais de Nínive as condições de segurança da demarcação e outros pormenores prévios ao anunciado assalto, no meio de novas operações da aviação da coalizão internacional encabeçada pelos Estados Unidos.

Os bombardeios aéreos em Bartilla, no nordeste de Mosul, deixaram na quinta-feira ao menos 22 mortos entre os terroristas, ainda que estes tenham executado em público a um major e a um tenente coronel da polícia em incidentes separados naquela cidade, e prenderam um terceiro oficial.

Segundo fontes militares em Bagdá, a nona divisão blindada e a polícia federal, apoiadas pela aviação, abortaram um complô do EI para inundar a capital com a destruição das comportas do lago Al-Tharthar (da represa Samarra em Al-Anbar) para elevar o nível do rio Tigre.

Aviões da coalizão estrangeira castigaram ontem com severidade posições do DAESH, nome em árabe do EI, em Rutba, um povoado de Al-Anbar na fronteira com o oeste da Jordânia, e deixaram numerosos mortos e feridos entre os fundamentalistas sunitas, além de destruir-lhes armas e outras equipes.

Residentes na zona denunciaram, no entanto, que dezenas de civis também pereceram ou sofreram lesões como consequência dos ataques indiscriminados sobre essa localidade.

Durante uma audiência ante os deputados do Conselho de Representantes (parlamento), o ministro das Finanças, Hoshyar Zebari, negou afirmações da oposição sobre algum acordo com a aliança militar internacional para pagar o Iraque pelas operações contra o EI.

O ministério da Defesa anunciou a morte de seis terroristas do DAESH, incluídos três de outras nacionalidades árabes, em um bombardeio aéreo a Al-Qarma, a leste de Faluja, e de outros 41 insurgentes em um assalto a sua maior base em Al-Sifona, Dhuluiya, que incluiu um hospital de campanha.

Os jihadistas sequestraram dois idosos importantes do clã Albu Nimr, no oeste de Al-Anbar, depois de emissoras de televisão mencionarem que fossas comuns encontradas nessa zona continham entre 170 e 220 cadáveres, muitos de membros dessa tribo que se uniu às tropas governamentais contra o EI.

Fonte: Prensa Latina