Após pressão social, Itamaraty nega entrada de Julien Blanc no Brasil

Julian Blanc é um “palestrante” que ensina como “pegar mulheres” à força e com uso de violência. Após a confirmação de duas “palestras” dele no Brasil – uma no Rio de Janeiro, outra em Florianópolis – movimentos sociais fizeram uma grande movimentação na internet para o Itamaraty negar a entrada dele no país. Surtiu efeito, Julian Blanc foi proibido de pisar em solo brasileiro.

Julien Blanc - Reprodução

Em nota, o Itamaraty confirmou já ter elementos suficientes para negar o visto do suíço Julian Blanc. “Caso uma solicitação de visto seja recebida por qualquer Embaixada ou Consulado no exterior, já existem elementos suficientes que recomendam a denegação”, diz um trecho do comunicado.
Porém, a mobilização para negar a entrada de Blanc foi grande, um abaixo-assinado online reuniu mais de 260 mil assinaturas. A petição denuncia os métodos divulgados pelo próprio instrutor para conquistar mulheres por meio da violência e intimidação.

Em entrevista para a Revista Fórum, um diplomata que preferiu não se identificar disse que o Brasil está atento ao assunto. “[O Itamaraty] É uma instituição sensível a questões de gênero, sim. Não é perfeita, nenhum lugar é perfeito, mas esforços pesados pela defesa da igualdade de gênero, combate à homofobia e ao racismo têm sido feitos”, garantiu.

Julian Blanc ensina, entre outras atrocidades, técnicas que incluem beijar mulheres à força e ignorar quando dizem não às investidas sexuais. O instrutor afirma que ao usar a força é possível “ativar a prostituta que existe dentro das mulheres”, e reconhece a agressividade, mas diz que o importante é atingir o objetivo: “É ofensivo, inapropriado, emocionalmente assustador, mas efetivo”.

A Secretaria de Políticas para Mulheres também divulgou uma nota em repúdio à realização das palestras de Julien Blanc no Brasil. Disse defender a liberdade de expressão, mas diante dos perigos que o suíço representa “junta-se às mulheres e diz claramente: é radicalmente contra qualquer tipo de violência contra as mulheres e pela defesa dos direitos delas”.

Do Portal Vermelho
Mariana Serafini, 
com informações da revista Fórum