Putin denuncia expansão militar dos EUA nas fronteiras russas

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou nesta segunda-feira (17) a implantação crescente de bases militares dos Estados Unidos por todo o mundo, inclusive próximo das fronteiras russas.

Rússia - RIA Novosti/Michael Klimentyev

Os meios de comunicação russos destacam essa denúncia de Putin durante uma entrevista concedida ao canal da televisão alemão ARD.

Em suas declarações, Putin desmente o presidente norte-americano, Barack Obama, por sua reiterada afirmação de que Moscou é um dos maiores perigos que enfrenta a humanidade.

Recordou o líder russo que em 2004, sete países da parte leste da Europa do uniram à Otan: Eslovênia, Eslováquia, Bulgária, Romênia, e as três repúblicas do Báltico, Estônia, Letônia e Lituânia.

Apenas cinco anos depois, outros dois países desta região foram aceitos na Otan, o que mudou significativamente o espaço geopolítico, de acordo com a opinião de Putin.

O chefe do Kremlin lembrou ainda que as recentes decisões tomadas referentes à implantação das forças de operações especiais desse bloco em países adjacentes com o território do estado euroasiático.

Enquanto, esclareceu, a Rússia realiza suas manobras "exclusivamente em águas internacionais e no espaço aéreo internacional".

No entanto, sublinhou, os aviões nucleares dos Estados Unidos continuam patrulhando as mesmas rotas, inclusive próximas das fronteiras russas".

Explicou que ante essa realidade, ao ver que nada se altera e que ninguém reage, há dois anos o Kremlin ordenou retomar os voos das patrulhas aéreas estratégicas russas em áreas remotas. "Isso é tudo", sentenciou enfático.

Ao referir-se à atual crise ucraniana, o estadista recordou que em 21 de fevereiro os chanceleres da Alemanha, França e Polônia chegaram à Ucrânia para atuar como garantidores dos acordos entre o ex-presidente Víktor Yanukóvich e a oposição.

O objetivo era desenvolver o processo exclusivamente por meios pacíficos, ressaltou.

No entanto, no dia seguinte, apesar das garantias oferecidas pelos sócios ocidentais perpetrou-se um golpe de Estado, denunciou.

"Neste sentido gostaria de dizer o seguinte: ou os ministros de Relações Exteriores dos países europeus não deveriam ter assinado como asseguradores os acordos entre o Governo e a oposição; ou, se assinaram, teriam que trabalhar para que fosse cumprido. Mas optaram por se distanciar da questão", concluiu o líder russo.

Fonte: Prensa Latina