Vice dos EUA participa de comemorações em Kiev

A Ucrânia comemora nesta sexta-feira (21) o primeiro aniversário dos acontecimentos que tiveram lugar na praça Maidan, as manifestações na praça da Independência que tiveram início a 21 de novembro de 2013 e terminaram a 21 de fevereiro com um golpe de Estado.

Por Andrei Fediáchin

Joe Biden e Petro Porochenko

O presidente Piotr Porochenko emitiu um decreto sobre as comemorações do Dia da Dignidade e Liberdade em honra do Maidan. No dia 21 de novembro na capital decorrem exposições, uma marcha e um concerto comemorativo.

O convidado principal é o vice-presidente dos EUA Joe Biden. Ele viajou para Kiev juntamente com a protetora principal das autoridades de Kiev e secretária de Estado adjunta dos EUA para assuntos da Europa e da Eurásia Victoria Nuland.

Não é de admirar que no dia de aniversário do golpe seja comemorado o Dia da Dignidade e Liberdade. As autoridades de Kiev tencionam separar as razões que deram origem ao movimento Maidan do seu verdadeiro conteúdo e resultados, inventando para ele roupagens cada vez mais brilhantes.

Comemorações de golpes de Estado são uma coisa muito ambígua, apesar de a Ucrânia não ser a primeira a fazê-lo. Na Europa isso já aconteceu e terminou de forma muito trágica em 1945.

O resultado sintetizado desse golpe foi a crise da Ucrânia como Estado e a imposição de uma ideologia declaradamente nazista. Depois do golpe, os radicais tomaram o poder e ocuparam muitos postos no governo e nas lideranças regionais da Ucrânia, diz o membro do conselho de peritos do Fundo da Cultura Estratégica ucraniano Viktor Pirojenko: “O processo de divulgação da ideologia neonazista de Bandera, dirigido pelo extremista Setor de Direita e imposto de forma centralizada nas estruturas governamentais, está sendo aprofundado e alargado. Se até agora nós falávamos da nazificação das estruturas do Ministério do Interior, neste momento isso já abrange o exército.”

Desde que em fevereiro o regime do presidente Viktor Ianukovitch foi derrubado, a Ucrânia não se tornou mais próxima da Europa, destruiu as ligações vitais com a Rússia e obteve uma crise econômica catastrófica, uma desvalorização em cem por cento da grívnia – a moeda local -, o aumento de preços, o empobrecimento da população, a divisão do país e a guerra que Kiev provocou no sudeste contra seu próprio povo.

Na sua essência, os acontecimentos de 21 de novembro de 2013 foram uma das chamadas “revoluções coloridas”, diz o conhecido cronista polonês, historiador e perito em assuntos ucranianos Bogdan Pientka: “O Maidan foi uma iniciativa sobretudo dos EUA, para atrair a Ucrânia para a esfera dos seus próprios interesses, para a zona de influência do Ocidente. Isso foi reconhecido por Henry Kissinger. O mesmo foi dito pelo antigo presidente da República Tcheca, Vaclav Klaus, o qual profetizou que o Euromaidan era um caminho que levaria ao desmembramento da Ucrânia. É lamentável que nesses acontecimentos tenha sido utilizado o potencial do nacionalismo radical ucraniano com a ideologia de Bandera.”

O vice-presidente dos EUA Joe Biden se encontrou com o presidente da Ucrânia Piotr Porochenko e com o primeiro-ministro Arseni Iatseniuk.

A delegação de Biden declarou aos jornalistas que os EUA, apesar de estarem dispostos a fornecer a Kiev ajuda financeira, não tencionam fazê-lo sozinhos, mas apenas em conjunto com a União Europeia e o FMI.

Da última vez que Biden esteve na Ucrânia em abril, imediatamente após sua visita as autoridades ucranianas reforçaram de forma repentina as operações militares contra Donetsk e Lugansk.

Fonte: Voz da Rússia