MST apresenta prioridades do campo para o próximo mandato de Dilma
Lideranças do MST se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff na tarde desta segunda-feira (15) para apresentar as principais demandas dos trabalhadores rurais para o novo governo.
Publicado 16/12/2014 09:20
Durante a reunião os militantes apresentaram quatro eixos que consideram prioritários para o desenvolvimento da vida no campo, entre eles está o acesso e democratização da terra, o estímulo à produção de alimentos saudáveis, atenção à Educação no Campo e a criação de novas políticas públicas de infraestrutura de assentamentos, como o PAC da Reforma Agrária.
“Dialogamos sobre a conjuntura política pelo país, apresentamos a pauta emergencial da questão agrária e a pauta política do Brasil que dialoga com a questão da terra, do desenvolvimento do território e da produção de alimentos na reforma agrária popular. Apresentamos propostas para o próximo período, de criar um plano de metas”, afirmou Alexandre Conceição, da direção nacional do MST.
Entre as principais reivindicações do movimento está o assentamento de todas as famílias acampadas no país, com a valorização dos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão responsável pela execução das políticas de Reforma Agrária.
Débora Nunes, da direção nacional, defende que o governo elabore um Plano de Metas para assentar pelo menos 50 mil famílias por ano entre 2016 e 2018.
O agronegócio também está na pauta do MST, o movimento pediu comprometimento do governo com o modelo agroecológico, isso significa combate aos transgênicos e aos agrotóxicos.
Outro ponto fundamental é a comercialização dos produtos. O MST reivindicou a reestruturação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de forma que sua vinculação seja com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), ou o Ministério do Desenvolvimento Social.
“Este órgão deve ter o compromisso com a compra da produção da agricultura familiar e da Reforma Agrária. Por isso, é preciso fortalecer programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), o Terra Forte e trabalhar para a sua desburocratização”, informou Cedenir de Oliveira, da direção nacional.
Quanto à Educação no Campo, os Sem Terra exigem a construção de 300 novas escolas em áreas da Reforma Agrária, além de mais 100 Centros de Educação Infantil e a garantia de 30 Institutos Federais dentro de áreas de assentamentos.
Ainda no rol das reivindicações, está a instituição do Programa Nacional de Reflorestamento para os assentamentos. De acordo com Kelli Mafort, representante de São Paulo na direção do MST, “o programa incluiria o fomento administrado por mulheres para o reflorestamento de um hectare por família assentada, com árvores nativas e frutíferas”.
Rosana Fernandes, que também é da direção nacional do MST, considerou que a reunião foi simbólica da abertura ao diálogo do governo da presidenta Dilma com os movimentos sociais. “A avaliação que nós fazemos da reunião é bastante positiva, na perspectiva de abrir um diálogo com os movimentos sociais, assim como ela já se reuniu com outros movimentos do campo, com centrais sindicais. Isso é bastante significativo para o povo brasileiro”, disse.
O movimento também manifestou críticas à indicação de Kátia Abreu para o cargo de ministra da Agricultura.
Do Portal Vermelho, com agências