Movimentos sociais propõem unidade para enfrentar a direita

Diversos movimentos sociais e partidos políticos de esquerda se reuniram nesta quarta-feira (17) na capital paulista para debater a conjuntura politica nacional e propor mobilizações coletivas em defesa das reformas populares, de mais direitos e contra retrocessos.

Manifestação pela reforma política - Mídia Ninja

De acordo com Edson França, presidente nacional da Unegro, a ideia é que os movimentos sociais desenvolvam uma agenda propositiva para contrapor a direita reacionária e para garantir uma pauta cada vez mais à esquerda no próximo mandato da presidenta Dilma Rousseff.

“Os movimentos sociais caminham para a tentativa de uma articulação mais ampla para enfrentar a direita”, afirma Edson. Segundo ele, as entidades vão buscar os pontos comuns para fomentar grandes mobilizações de rua com bandeiras unificadas.

As reformas democráticas são consenso entre os partidos e entidades presentes. Além da reforma politica, onde todos concordam com o fim do financiamento privado de campanha, os movimentos de massa também vão lutar pelas reformas urbana e agrária e pela democratização dos meios de comunicação.

“Foi uma reunião importante, os movimentos sociais identificaram que a polarização do cenário político pode unificar ainda mais os movimentos sociais que estão preocupados com o crescimento da mobilização da direita para impor a pauta derrotada nas eleições”, avalia Edson.

As ruas sempre pertenceram ao povo e sempre serviram de palco para manifestações justas em busca de conquistas populares, porém, o que se vê nas últimas semanas é a direita reacionária se utilizando de um mecanismo popular para pautar retrocessos. Como é o caso das manifestações realizadas em São Paulo que pediram a volta da ditadura militar.

De acordo com Edson, os movimentos sociais estão preocupados com esta forma de agir da direita. “Essa polarização, e o fato de a direita usar as massas é preocupante”, diz.

Além das reformas democráticas, que de certa forma unificam as bandeiras de luta, outras pautas transversais também foram colocadas em evidência. O fim do genocídio contra a juventude negra não é uma preocupação só dos movimentos juvenis ou do movimento negro, mas de todas as frentes de luta.

Assim como a luta por garantia de mais direitos para as mulheres e jovens também integra várias frentes de atuação. Edson explica que a ideia é tentar instalar um espaço de articulação que considere a autonomia dos movimentos sociais e dê espaço aos partidos políticos de esquerda.

A articulação está apenas começando, no dia 19 de janeiro as entidades se reúnem novamente para acertar detalhes das primeiras ações. O objetivo é fazer uma grande Assembleia Nacional dos movimentos sociais e jornada de lutas em 2015. Está previsto um ato em frente ao Congresso Nacional durante a posse dos deputados e senadores, em fevereiro, para apresentar aos novos parlamentares a pauta dos movimentos sociais.

Na ocasião os movimentos sociais vão trazer à tona as palavras de ordem “Fora Bolsonaro”, e “Devolva Gilmar”. A primeira em função dos pronunciamentos machistas, preconceituosos e que incitam a violência do deputado Jair Bolsonaro, e a segunda porque foi o ministro Gilmar Mendes que adiou o fim das doações empresariais de campanha.

Participaram da reunião o PCdoB, PT, Psol e PSTU, dos movimentos sociais estiveram presentes Unegro, UJS, UBM, UNE, Ubes, Levante Popular da Juventude, MST, MTST, Fora do Eixo, CUT, CMP, Consulta Popular, Intersindical, Conlutas e outros.

Do Portal Vermelho,
Mariana Serafini