Paraguaios se crucificam para exigir direitos trabalhistas
Uma mulher e três ex-trabalhadores da hidroelétrica de Itaipu Binacional passarão os dias festivos de dezembro com suas mãos cravadas em cruzes de madeira em frente à embaixada brasileira em Assunção, capital paraguaia, em protesto pelo pagamento de benefícios retroativos da empresa contemplados no protocolo de 1974.
Publicado 22/12/2014 10:16

Os três homens cumpriram neste domingo (21), 13 dias crucificados, enquanto a mulher já está há cinco nesta situação. Todos estão decididos a continuar sua forma de protesto até receber resposta ao protesto, cuja principal reclamção é a questão do pagamento dos benefícios retroativos pela construção da hidroelétrica.
“O que mais dói é passar o Natal aqui sem ver a família, é triste escutar a música natalina no rádio”, manifestou Rosa Cáceres, de 52 ano, que protesta em nome de seu esposo, ex-trabalhador da represa, que está doente em Cidade do Leste, cidade na fronteira com o Brasil, onde está localizada a usina.
Os outros manifestantes, Roberto Rosales, de 61 anos, Roque Samudio de 58 e Gerardo Orué, de 49, disseram estar esgotados, mas vão continuar com o protesto. “Vamos passar o Natal, o ano novo , o Dia de Reis, e todos os outros, se não houverem soluções”, assegurou Teodorico Franco, o porta-voz da coordenadoria de trabalhadores de Itaipu e responsável pela contratação de 9.500 empregados, dos
quase 40 mil que participaram da construção da represa.
O assessor jurídico do presidente Horácio Cartes, Sergio Godoy, afirmou aos ex-trabalhadores que o documento com as reivindicações a Itaipu já foi entregue às autoridades pertinentes.
“Estamos esperando a aresposta de Itaipu até este momento e nada apareceu. Se não vem uma solução nós não vamos sair daqui, vamos morrer todo aqui”, disse Franco.
Além de permanecer crucificados, os três homens e a mulher não consomem alimentos sólidos e racionam a quantidade de líquido que tomam para diminuir as necessidades fisiológicas.
Fonte: Telesur