Ucrânia promoverá novas reformas neoliberais com ajuda do FMI

Depois da aprovação do orçamento estatal de 2015 com cortes sociais e uma forte atribuição a despesas militares na Ucrânia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou, nesta terça-feira (30), que enviará uma missão para impulsionar mais reformas neoliberais.

Piotr Poroshenko

O serviço de imprensa da instituição financeira promotora das severas reduções na área social assegurou que em 8 de janeiro seus especialistas reiniciarão conversas com as autoridades que chegaram ao poder depois do golpe de Estado em 22 de fevereiro deste ano.

Um comunicado entregue à imprensa sustenta que o FMI está se movendo com rapidez para continuar as conversas sobre o programa de reforma econômica com o objetivo de "estabilizar a economia da Ucrânia".

A informação foi publicada, em meio a protestos de rua e após pressões do presidente Petro Poroshenko a Rada Suprema (Parlamento unicameral) que aprovou o documento com um déficit de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Com um significativo aumento nas atribuições para segurança e defesa – mais de 5.290 bilhões de dólares – e cortes em despesas sociais para pagar a dívida externa, o texto saiu depois com probabilidades de mais reduções, segundo o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk.

O chefe do executivo disse que este orçamento, igualmente a todos os anteriores, está bem longe de ser perfeito, e que deverá de ser corrigido em função dos resultados das negociações com as instituições financeiras internacionais.

Meios de imprensa informaram anteriormente que o FMI condiciona seu programa de assistência à Ucrânia ao controle pelo Governo sobre as regiões industriais do oriente do país, relutantes aos poderes de Kiev.

Se o Governo perde o controle efetivo sobre o leste do país, o programa será revisado, advertiu em maio um relatório da instituição financeira, citado pela agência ucraniana de notícias Unian.

No documento, o FMI assinala que as regiões de Donetsk, Lugansk e Járkov contribuem com mais de 21% do PIB da Ucrânia e 30% da produção industrial.

Correligionário de Yatseniuk no partido Frente Popular, o deputado Antón Geráshenko, no entanto, mencionou a pressão do FMI para impor uma lei orçamental, ao assinalar que uma visita de seus representantes programada para 2 de janeiro foi postergada para o dia 7 e poderia ser prolongada indefinidamente.

Comentou que os funcionários que deviam negociar um novo empréstimo renunciaram a vir a Kiev "após este circo que teve lugar na quinta-feira, quando várias facções da coalizão votaram contra as leis do Governo que também criaram há duas semanas atrás".

Sem o novo trecho outorgado pelo FMI "terá problemas com o pagamento dos salários e o financiamento do Exército", concluiu o legislador.

Fonte: Prensa Latina