Cabo Chico: Dona Idalzira, Poetisa do sertão

Por *Cabo Chico

Dia quinze de janeiro
Foi um dia diferente
O vento perdeu força
Surgiu um mormaço quente
A passarada calou
Emudeceu a canção
E a mata ficou silente
Com a tristeza do
cancão

O sofreu me deu a senha
Daquele acontecimento
Tinha chegado a notícia
Vinda nas asas do vento
Morrera dona Idalzira
Poetisa do sertão
E a mata ficou silente
Com a tristeza do cancão

Partiu das terras do cedro
A mestra da poesia
Deixando para os poetas
Tristeza e melancolia
O campina ja não canta
Está mudo o azulão
E a mata ficou silente
Com a tristeza do cancão

O sabia na pimenta
não canta fazendo festa
Solidario com o luto
Do maestro da floresta
Ta mais pobre a poesia
Em todo nosso rincão
E a mata ficou silente
Com a tristeza de cancão

Mas Idalzira não quer
O nosso padecimento
Falou que a poesia
E um instrumento de alento
determinou que tocasse
A orquestra do sertão
pra restabelecer
A alegria do cancão

*Cabo Chico é dirigente estadual do PCdoB-CE

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