Gabrielli classifica Costa como um "dissimulado"

O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli voltou a questionar o esquema de desvios ocorrido em sua gestão a mando do doleiro Alberto Youssef, em referência a suposta propina que rendia 3% dos contratos com a estatal.

José Sergio Gabrielli ex-presidente da Petrobras - Agência Senado

“Primeiro que isso não está provado. E 3% de todos os contratos são R$ 4 bilhões. Não tem como chegar a isso”, disse ele em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Ele afirma que o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, é um “dissimulado”. “Eu acho que ele foi dissimulado, uma pessoa extremamente fria, porque fazia isso e ninguém sabia. Fazia isso fora da Petrobras”.

Ele completa: “Porque não se pode dizer, a partir do comportamento criminal de algumas pessoas, criminalizar uma empresa do tamanho da Petrobras com a complexidade que ela tem e com os procedimentos que ela tem. A Petrobras é a maior produtora do mundo hoje, fora as árabes”, acrescentou.

Gabrielli disse ainda que o ex-diretor tem 30 anos de Petrobras e sugere que a corrupção vem de longa data: "E você acha que começa agora?", indagou ele, afirmando que não poderia ter evitado esses desvios, em sua gestão, e que inclusive o próprio Costa disse que seguiu estritamente as regras internas. "Se não tem falha nos procedimentos internos, como é que se descobre a relação entre um doleiro e um fornecedor? Não tem como descobrir", enfatizou.

Fonte: Valor