Venezuela pede ajuda à Unasul para dialogar com os EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu, nesta quarta-feira (4), à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) que promova um diálogo diplomático com os Estados Unidos, dois dias depois de Washington anunciar sanções contra funcionários públicos venezuelanos e seus parentes.

Nicolás Maduro - Reuters

"Falei com o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper. Solicitei-lhe oficialmente que assuma uma iniciativa diplomática para evitar que os Estados Unidos continuem rumo a um beco sem saída, para procurar um mecanismo de diálogo com o governo norte-americano e construir uma diplomacia de paz, de diálogo, de entendimento", disse.

O pedido foi anunciado durante o programa Em Contato com Maduro, transmitido pela televisão estatal venezuelana.

Nicolás Maduro destacou que a iniciativa tem como propósito "deter a agressão contra a Venezuela" e disse que manterá contato com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos para unir os dois organismos na defesa da paz, do direito da Venezuela "à independência, à soberania, para deter os planos golpistas".

Informou que entregará provas de conspirações, envolvendo banqueiros fugitivos da Justiça venezuelana, radicados em Miami, nos Estados Unidos, para combater o seu governo e dividir as Forças Armadas venezuelanas.

Por outro lado, o presidente acusou as agências internacionais de notícias de ocultar as tentativas de diálogo entre Caracas e o governo do presidente Barack Obama e "a sua intenção de, no melhor espírito da democracia chavista de paz, por meio do diálogo e da conversação, evitar danos maiores à pátria".

Os Estados Unidos anunciaram, segunda-feira (2), novas sanções (suspensão de vistos) contra antigos e atuais funcionários do governo venezuelano,considerados "responsáveis ou cúmplices" por violações dos direitos humanos.

Washington acusa Caracas de tentar "sufocar a dissidência", reprimindo manifestantes que protestam pela deterioração da situação política, econômica e de segurança no país.

Em julho, o governo dos EUA já tinha imposto restrições na concessão de vistos a 24 dirigentes venezuelanos, que estariam envolvidos em violações de direitos humanos e na repressão de protestos de grupos opositores a Maduro.

Fonte: Agência Brasil