Vanessa: “Não basta punir o corrupto, é preciso mudar a estrutura”

A reforma política no Senado começou abordando dois temas: partidos políticos e normas para reeleição. Três projetos pautados ao longo da semana passada tratam de regras para criação e fusão de partidos e formação de coligações partidárias – um deles, o PLC 4/2015 (que proíbe a fusão entre partidos com menos de cinco anos de existência), foi aprovado.

Senadora pede fim do financiamento de campanhas por empresas - Agência Senado

Senadores avaliam que os projetos escolhidos para esta primeira etapa são importantes, mas cobraram a inclusão de outros temas nas discussões.

O financiamento de campanhas eleitorais foi o tema mais mencionado entre aqueles que ainda não estão representados por projetos na reforma. O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) classifica o financiamento como “a mãe de todos os defeitos do sistema partidário”.

“Se nós continuarmos com o atual sistema de financiamento de campanha, veremos outros escândalos tais como foi agora o escândalo revelado pela Operação Lava Jato. Nós temos que acabar com esse modelo”, enfatizou o senador.

Uma proposta a respeito do tema já existe no Senado e está pronta para votação: é o PLS 60/2012, que proíbe as doações de empresas a campanhas eleitorais. A autora, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), entende que é preciso atacar o problema do ponto de vista estrutural.

“Creio que, quando travamos uma luta contra a corrupção, não basta só punir quem praticou o ato, você tem que trabalhar a própria estrutura para evitar que ele seja suscetível a isso”, afirma a Vanessa.

Já o senador tucano José Serra (PSDB-SP) acredita que o financiamento de campanhas é uma “questão falsa”, e que ele não é o verdadeiro problema no que se refere ao custo e à natureza das campanhas eleitorais. Serra está mais preocupado em mudar o sistema eleitoral.

Ele defende o voto distrital em municípios com mais de 200 mil habitantes como solução para o financiamento de campanha e a corrupção. “Com campanhas sobre uma área menor, haveria barateamento. A escolha do eleitor seria mais criteriosa, e ele poderia acompanhar seu representante mais de perto”, disse o tucano.

Fonte: Agência Senado