Urariano Mota denuncia ataque fascista
Em sua coluna Prosa, Poesia e Política, o jornalista pernambucano, Urariano Mota, denuncia insulto fascista durante manifestação ocorrida no último dia 13 de março, na Avenida Guararapes, no Recife (PE).
Publicado 18/03/2015 12:33
Quando a passeata da multidão vestida de vermelho saiu da Avenida Guararapes, narra o jornalista, e dobrou para a avenida Dantas Barreto, antes da Igreja de Santo Antonio, notei que a minha mulher respondia a um senhor forte, de cabelos brancos. Dizia ela:
Então voltei e me acerquei dele. E ouvi:"
Era bom metralhar, fuzilar todos os petistas, tudo que é comunista."
"Como é?", perguntei.
"Tem que cortar a cabeça de todos eles."
E o animal, passando a mão na cintura me soltou mais um coice:
"Olhem, entre as minhas raras qualidades não se encontram a coragem ou o desassombro. Mas diante daquela agressão verbal, pior, mais que verbal, diria, pela promessa que encerrava e cerrava, com c ou com s, a democracia, na hora me subiu uma onda que não pude segurar, um calor, um sangue quente veio, e respondi ao fascistão: – Marque a minha cara, que eu marco a sua – disse-lhe com os dedos da mão direita em V sobre os olhos. – Marque a minha, que eu marco a sua. Mas vamos prum combate aberto, franco. Não de modo covarde, não na maior covardia, como vocês fizeram – e neste ponto eu lhe apontava o dedo, que eu desejava fosse um soco na sua carantonha criminosa – Não na covardia, como vocês fizeram com os presos políticos na ditadura. Vocês assassinaram pessoas algemadas, desarmadas, sob torturas", desabafou Urariano.
15 de março
Na oportunidade ele denunciou mais agressões. "Contei isso agora porque uma ameaça maior veio na movimentação no dia 15, em São Paulo. A ótima coluna Notas Vermelhas já havia chamado a atenção para o vídeo que “mostra manifestantes idolatrando o famigerado torturador e assassino Carlinhos Metralha, agente do DOPs que aparece orgulhoso de sua ‘atuação’ durante a ditadura e cercado por ‘admiradores’ ”.
Carlinhos Metralha, o cara que foi sócio do cabo Anselmo nos 6 assassinatos do Recife em 1973, aparece na passeata paulista como herói. Os caras não estão folgados. Estão ais que isso, estão livres, soltos e ameaçadores. Olhem o vídeo onde ele aparece com a cara obscena
O colunista da Rádio Vermelho ainda alerta: "Não dá é para ficar inerte diante disto. Isso é mais do que passividade, passa a ser cumplicidade da nossa parte. É minha visão. É a nossa visão também. Porque em outro vídeo, a extrema-direita fala em gravação para pegar em armas, assassinar Dilma e seguidores".