Cúpula do Panamá entrou para a história

A Cidade do Panamá recupera-se nesta segunda-feira (13) da intensa atividade vivida como sede do 7º Encontro das Américas, que fica na história como palco do primeiro encontro oficial entre os presidentes de Cuba e dos Estados Unidos nos últimos 50 anos.

Para além dos debates da última semana através de foros sobre os temas social, juvenil, empresarial e acadêmico, o conclave também será recordado como a primeira ocasião em que os 35 países do hemisfério ocidental se sentaram em torno de uma mesma mesa.

Essa cifra foi completada por Cuba, convidada pelo governo panamenho depois de vários anos de reclames dos governos progressistas da região e que estava excluída deste tipo de conferência inauguradas em 1994 em território norte-americano.

Após saudações formais na cerimônia de boas-vindas oferecidas na sexta-feira (10) por Juan Carlos Varela como mandatário anfitrião, Raúl Castro e Obama apertaram as mãos ante as câmeras e um grupo de jornalistas em um dos salões do centro de convenções.

“Tudo pode ser discutido se faz com respeito às ideias da outra parte, incluindo as questões em que se discrepa”, pontuou o chefe de Estado da maior das Antilhas para apontar que existem muitas diferenças na complicada história entre os dois países, "mas estamos dispostos a avançar".

Na mesma linha, o chefe da Casa Branca reconheceu que "após 50 anos em que não tínhamos mudado a política, tínhamos que tentar algo novo".

Esse intercâmbio tratou sobre o processo para a restauração das relações diplomáticas e a abertura de embaixadas em Havana e Washington e as possibilidades de cooperação em diversos campos.

“Trata-se dos setores relacionados com o confronto ao narcotráfico e ao terrorismo, a cibersegurança, a proteção do meio ambiente, a mudança climática e a saúde”, disse o chanceler cubano em conferência de imprensa.

Pouco antes da reunião com Obama, Raúl Castro reafirmou ante a cúpula que o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba ainda hoje se aplica em toda sua intensidade, provoca danos e carências ao povo e é o obstáculo essencial ao desenvolvimento da economia cubana.

Aclarou que o atual inquilino da Casa Branca não teve nenhuma responsabilidade na implantação do bloqueio e o qualificou de homem honesto, de origem humilde e com a valentia de enfrentar o Congresso em um debate sobre a eliminação do cerco à ilha.

Fonte: Prensa Latina