Cuba defende na Unesco nova ordem econômica internacional

Cuba defendeu, nesta terça-feira (14), uma nova ordem econômica, financeira e monetária internacional, onde se leve em consideração e prioridade os interesses e necessidades dos países do Sul e das maiorias.

charge Concentração de renda

“Requer-se uma ordem onde não prevaleçam os que impõem a concentração do capital e o neoliberalismo”, expressou Juan Antonio Fernández, representante da ilha caribenha, ao intervir na sessão 196 do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“Os problemas seculares se agravaram como consequência da concomitância da crise econômica, social, alimentar, energética e climática. O desenvolvimento sustentável parece uma quimera inalcançável, mas é ao mesmo tempo um objetivo irrenunciável”, apontou.

“A paz é condição indispensável para o desenvolvimento, mas encontra-se sob contínuo ataque por aqueles que sonham com uma nova partilha do mundo e recorrem aos recursos da guerra, às sanções e aos bloqueios para atingir seus propósitos”, assinalou Fernández.

“As estatísticas são aterrorizantes quando restam apenas alguns meses para confirmar o que desde há muito já sabíamos: não se cumprirá com nenhum dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, ressaltou.

Neste contexto, sublinhou, o principal desafio que a Unesco tem diante de si é mostrar sua capacidade para contribuir para a paz em um mundo inseguro, para erradicar a pobreza em um meio desigual e de recursos limitados e estimular a inclusão social como motor do desenvolvimento sustentável.

“Sua tarefa mais urgente é concentrar todas suas energias e esforços na etapa final de aprovação dos Objetivos da Agenda de Desenvolvimento posterior a 2015, a qual deve oferecer soluções a problemas estruturais do planeta e gerar mudanças que conduzam ao desenvolvimento sustentável”, expressou.

Igualmente, recordou que a Unesco atravessa uma das crises financeiras mais complexas de sua história, resultado do não pagamento de seu principal contribuinte: Estados Unidos.

A crise, apontou Fernández, deve ser vista como uma oportunidade para aprofundar a mudança e a reforma estrutural da Organização.

“Aproveitemos esta oportunidade para a análise crítica; para sair dos escritórios burocráticos e chegar às pessoas comuns; para recuperar o papel de vanguarda na incansável luta por um mundo melhor, onde os seres humanos possam viver em paz, livres do temor e da ignorância”, acentuou.

Em outro momento de seu discurso, expressou a enérgica condenação de Cuba às inaceitáveis sanções unilaterais e à contínua ingerência externa na República Bolivariana da Venezuela.

A sessão 196 do Conselho Executivo da Unesco será concluída no próximo dia 23 de abril.

Fonte: Prensa Latina