No Senado, presidente destaca dois novos desafios da Petrobras 

“Ao publicar um balanço auditado e ratificado por uma auditoria externa, vencemos um capítulo, que era a questão da credibilidade da empresa na retomada de empréstimos ou da sua financiabilidade”, avaliou o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, que participou, na manhã desta terça-feira, de audiência pública no Senado. Ele discutiu com os senadores sobre o balanço divulgado na semana passada e os planos futuros da empresa. 

No Senado, presidente destaca dois novos desafios da Petrobras - Agência Senado

 Para o presidente da Petrobras, o seu maior desafio é a reorganização administrativa da estatal. “Acho que talvez aí esteja o desafio maior, que não se dará num prazo tão curto, diante da complexidade desse assunto – é trabalhar ainda muito forte no ponto de vista da governança corporativa da empresa, na mitigação de riscos, para que a gente possa ter processos decisórios dentro da empresa com muito maior segurança e sem perder agilidade”, anunciou.

Para ele, o segundo maior desafio da Petrobras “é uma revisitação ao planejamento estratégico da empresa através do seu plano de negócios, que está em construção por nós, e temos uma previsão de em 30 a 40 dias apresentar um novo plano de negócios diante da nova realidade da companhia.”

Na avaliação de Bendine, o resultado do balanço da Petrobras demonstra que ela passava por um momento – não só ela, mas toda a indústria petrolífera no mundo – de queda abrupta no preço do barril do petróleo.

“Para se ter uma ideia, no dia 20 de julho de 2014, tivemos a mais alta cotação em um barril de petróleo, US$114, e encerramos o ano, ao final de 2014, com o preço do barril abaixo de US$50. Esse, talvez, tenha sido o maior impacto nesse conjunto de ativos”, explicou.

Ele ressaltou ainda outros dois fatos que impactaram no balanço: a volatilidade cambial e a desvalorização do real frente ao dólar.

Bendine contou que, logo após tomar posse, solicitou autorização do Conselho de Administração “para ampliar a captação para este ano, para fazer frente à capacidade e à necessidade de caixa da empresa e para que terminássemos o ano de 2015 com uma folga de caixa que não nos pressionasse muito diante de um possível cenário adverso que ocorra durante o ano.”

“Momento alvissareiro”

No debate com os senadores, Bendine destacou que “a Petrobras passa por um momento, com todos esses problemas, também alvissareiro, porque ela tem uma reserva de petróleo fantástica, acima do padrão da média mundial. E o pré-sal vem dando um retorno acima daquilo que foi imaginado. A produtividade é excelente diante daquilo que havia sido examinado.”

Ele afirmou ainda que “diferente do que se apregoa, o custo da produção no pré-sal não é superior ao custo tradicional de operações offshore”, acrescentando que à medida que for aperfeiçoado o modelo exploratório, o Brasil vai ter uma condição privilegiada no custo da produção do barril.

“A gente tem um dado muito positivo hoje na empresa. O índice de acerto exploratório nos campos do pré-sal está por volta de 85%. A média da Petrobras, considerando todo o seu conjunto de exploração, está em 70%. Portanto é bastante superior à média mundial, que hoje gira em torno de 60%”, explicou Bendine.

Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier