Desastre afegão: número sem precedentes de assassinatos
Um protesto pela imediata retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão ocorreu em Bagram, no Leste do País, faz uma semana. Centenas de populares manifestaram-se depois de mais um civil ter sido alvejado por militares norte-americanos naquela localidade, na noite de terça-feira (5). No mesmo dia, na cidade de Charikar, igualmente situada na província de Parwan, um incidente semelhante deixou um jovem afegão gravemente ferido.
Publicado 15/05/2015 12:12

Um relatório recente da missão das Nações Unidas no território indica que nos três primeiros meses de 2015 “um número sem precedentes de mulheres e crianças foram assassinadas – 55 e 123, respectivamente”. O mesmo texto nota um aumento do número de vítimas civis em oito por cento entre janeiro e março deste ano, num total de 655 mortos e 1155 feridos em resultado de combates, explosão de minas e rebentamento tardio de munições, ou na sequência de ataques à bomba.
Igualmente relevantes no desastre afegão, dificilmente mensurável, são os números oficiais que dão conta dos roubos de milhões por parte de militares ou empresas privadas a serviço dos ocupantes. Segunda uma notícia publicada na semana passada pela revista norte-americana Slate, desde 2005, pelo menos 115 integrantes das “missões” dos EUA no Afeganistão e Iraque foram condenados por delitos cuja soma ascende a mais de 50 milhões de dólares.
A cifra é bastante conservadora porque o número de crimes e fraudes é muitíssimo maior do que alguma vez conseguiríamos descobrir, admitiu à publicação o inspetor-geral da “reconstrução” do Iraque, Stuart Bowen. Até o último mês de fevereiro, mantinham-se em aberto 327 investigações somente envolvendo casos ocorridos no Afeganistão, confirmou, por seu lado, o supervisor dos EUA para a “reconstrução” do país centro-asiático, John F. Sopko.