GM afasta mais 900 trabalhadores da fábrica paulista

A General Motors do Brasil continua com sua política de demissões, neste mês de maio dispensou 100 trabalhadores na fábrica de São Caetano, no ABC paulista. Já são mais de 500 demissões somente neste ano. A sanha da multinacional norte-americana não acaba. Nesta terça-feira (14), a direção da GM surpreendeu a todos e colocou mais 900 funcionários em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho).

Operários da GM - CTB

Em assembleia, os operários decidiram paralisar as atividades por 4 horas, duas em cada turno, assim que souberam das demissões. “Somente nos últimos 2 anos já são mais de 2.500 demitidos”, diz Denis Caporal, dirigente da Fitmetal (Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil) e integrante da Oposição Sindical Metalúrgica de São Caetano.

De acordo com Caporal, a empresa está aproveitando a situação de crise para fazer uma reestruturação salarial demitindo os que ganham mais para contratar trabalhadores com salários menores e “eles querem jogar o seu prejuízo para cima de nós”, reclama.

Outra reclamação do sindicalista refere-se à ausência do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva (Cidão) no dia da demissão dos trabalhadores. “O Cidão estava em Detroit (Estados Unidos) juntamente com os patrões no mesmo dia em que a GM botava na rua pais de família”, lamenta.

Segundo Caporal, a GM tem cerca de 8 mil funcionários na sede da fábrica em São Caetano, desses 1.719 estão em lay-off, sendo que 819 têm retorno previsto para o dia 9 de junho. “Ninguém sabe o que pode acontecer se a categoria não der uma resposta compatível com a atitude da direção da multinacional”, sinaliza. “Não podemos esperar atuação adequada dessa direção do sindicato que fraudou a eleição para se perpetuar no poder da entidade em conluio com os patrões”, reforça.