Venezuela está no centro de uma reconfiguração política mundial

A ministra do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela, Delcy Rodriguez, disse no domingo (24) que a Venezuela está no centro de uma nova reconfiguração geopolítica e que por esta razão “o nosso país é vítima de assédio midiático e da direita internacional”.

Chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez

"Há uma nova reconfiguração geopolítica mundial e a política externa venezuelana está no seu cerne", disse Rodriguez.

Delcy explicou que esta configuração geopolítica mundial expressa na América Latina por organismos como a União das Nações Sul-Americanas, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América e a Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (mecanismos impulsionados pelo líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez), é contrária aos interesses históricos dos centros econômicos e militares imperiais.

"Portanto, estamos diante de um assédio dos centros de poder e da mídia. É um poder ligado aos centros financeiros", disse.

Dada a impunidade de que goza o monopólio da mídia internacional, a chanceler ressaltou a importância de os povos se levantarem contra as mentiras e calúnias que se espalham através das elites financeiras no mundo.

"Uma coisa é a realidade virtual que a mídia pretende vender e outra é a verdadeira realidade que é vivenciada pelo povo. Não há outra verdade, só aquela vivida hoje na América Latina e Caribe, apresentando modelos de progresso autônomo, que formam uma rede de unidade política, econômica, social e cultural com mecanismos de cooperação e nosso país está no centro desta reconfiguração, que contrasta com os ideais do imperialismo", disse ela.

A ministra do governo venezuelano observou que o país enfrenta um assédio da mídia visando desmoralizar o povo, atacando as principais figuras do Estado e justificando uma possível intervenção imperialista.

"Estamos fazendo o monitoramento contínuo das infâmias e das mentiras contra a Venezuela. Fizemos um estudo durante 17 semanas, neste ano. Na imprensa espanhola, 71% das notícias exibidas sobre a Venezuela são negativas, 29 % neutras e 0% positivas. Isso mostra que há um ataque feroz contra o país. Buscam deslegitimar as instituições venezuelanas", afirmou.

Rodríguez disse que a campanha para desacreditar e desmoralizar ocorre através de corporações nacionais e internacionais de mídia, principalmente contra o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

"Aqueles que falam que a Venezuela é um Estado fora da lei, violador dos direitos humanos, um narcoestado, têm a intenção de facilitar e justificar a intervenção estrangeira", explicou a chanceler.

Desde janeiro, veículos da mídia internacional como o jornal ABC espalham falsas acusações contra Diosdado Cabello. Essas denúncias têm sido reproduzidas por empresas de mídia venezuelanas como o El Nacional e o Cual Tal. Esta semana, a mídia internacional, incluindo o jornal norte-americano Wall Street Journal e a rede de TV CNN, publicaram uma nova onda de infâmias para atacar a honra e a dignidade do presidente do Parlamento, tentando ligá-lo a redes de tráfico de drogas, com acusações sem provas.

Questionada sobre a interferência da empresa norte-americana ExxonMobil em uma disputa territorial com a Guiana, a ministra destacou o caráter da diplomacia bolivariana da Venezuela, baseada em princípios de paz e de solidariedade e reafirmou o direito soberano da Venezuela à reivindicação de soberania territorial.

Ela lembrou que a Venezuela enviou uma "comunicação à Exxon Mobil para pedir o congelamento de suas atividades na área por ser um território disputado".

Em abril, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela enviou uma nota escrita a Jeff Simon, gerente de uma subsidiária da empresa ExxonMobil para reiterar a rejeição às intenções desta empresa de descumprir as obrigações bilaterais estabelecidas entre a Guiana e a República Bolivariana da Venezuela.

Na carta, a posição firme do governo bolivariano de "não aceitar a incursão ou interferência de qualquer empresa transnacional em matéria de soberania, em particular nas questões que envolvem disputa territorial entre as duas nações".

Fonte: AVN