Golpismo aprofunda racha entre lideranças do ninho tucano

A política do quanto pior, melhor adotada pelos tucanos está aprofundando o racha do partido e demonstrando o discurso de “compromisso com o Brasil” nunca passou de meras palavras.

madeira e aécio

Os rumos tomados pelo partido sob o comando do candidato derrotado nas urnas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), tem sido um fator predominante nas reclamações dos correligionários tucanos. A derrota sofrida por Aécio e a oposição não foi digerida e seu inconformismo buscou o caminho do golpismo para tentar desgastar o governo. 

O reflexo disso fica evidente no comentário de Arnaldo Madeira, ex-secretário da Casa Civil de São Paulo e coordenador do programa de campanha de Aécio. Ele disse que "está difícil entender o partido”. Segundo ele, as posições do PSDB "são apenas para atrapalhar o governo".

Madeira ressaltou que existe uma contradição na postura de votação do partido. “Agora só falta o PSDB votar contra a Lei de Responsabilidade Fiscal", ironizou. A lei foi implantada pelo governo de FHC.

Outro a reclamar no ninho tucano foi o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. Proprietário da consultoria Tendências, alinhada com o pensamento tucano, Maílson disse que o PSDB "virou um partido incoerente", pois "vota contra tudo" e "defende ideias que, se aprovadas, lhe cobrarão preço alto caso volte ao governo".

Ele se referiu, especificamente, à votação do partido na sessão que derrubou o chamado fator previdenciário. "Ao patrocinar retrocessos institucionais, parece renegar sua contribuição à modernização e ao desenvolvimento do país", defendeu Maílson.

Na semana passada, a crítica veio de ninguém menos que o vice-presidente do partido, o ex-governador paulista, Alberto Goldman. “O PSDB não tem projeto de país", admitiu Goldman, que fez críticas diretas a gestão de Aécio à frente do partido, reclamando da falta de debate.