Com Alckmin em seu encalço, Aécio diz que vai remendar o racha no PSDB

Com o partido rachado e com sua liderança entre os tucanos em cheque, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, prepara uma ‘carta de princípios’, para tentar minimizar a divisão no ninho tucano.

Aécio Neves

Depois de ter sido derrotado nas urnas pela presidenta Dilma Rousseff e escancarar seu desespero e inconformismo defendendo a proposta de golpe, Aécio, que pretende ser reconduzido ao comando do partido, tenta se apresentar como uma alternativa viável para os tucanos.

Ele diz que vai apresentar na convenção nacional do PSDB, que acontece julho, uma lista de propostas para a retomada da economia, coisa de que muita gente duvida, já que nem mesmo plano de governo ele conseguiu apresentar durante a campanha. Além disso, Aécio tem em seu encalço o governador Geraldo Alckmin, que já se movimenta rumo a 2018 e tenta se apresentar como alternativa mais moderada e republicana.

Pressionado, Aécio tenta remendar as rachaduras que se abriram no partido após tentar, sem sucesso, o golpe por meio de um pedido de impeachment e só desistir depois de consultar pelo menos três juristas. Mas o ápice da crise no ninho dos tucanos veio com a crítica, por meio de carta enviada à direção nacional, por Alberto Goldman, fundador e vice-presidente nacional da legenda. Goldman expôs a divisão do partido ao afirmar que o PSDB "não tem um projeto de país", o que confirma a afirmação do parágrafo anterior.

Outro a criticar foi o ex-deputado Arnaldo Madeira, que reclamou da posição do PSDB no Congresso, que na política do “quanto pior, melhor” votou contra medidas que defendiam e leis que foram criadas pelo governo FHC, como a reeleição. “Agora só falta o PSDB votar contra a Lei de Responsabilidade Fiscal", ironizou Madeira.

Segundo Aécio, o documento denominado por ele como “carta de princípios à nação", vai dar as respostas que as lideranças do partido querem para tentar convercer os tucanos de que são uma alternativa viável. Ou seja, agora, oito meses depois das eleições, Aécio vai elaborar um plano para tentar explicar aos tucanos o que teria feito se tivesse vencido as eleições presidenciais. Isso não é estelionato eleitoral?