Argentina está satisfeita com o resultado da Cúpula UE-Celac

A Argentina expressou satisfação com a Cúpula da Celac-UE em Bruxelas, que sintetizou a necessidade de proteger as reestruturações de dívida e respeitar a integridade territorial dos Estados, duas reivindicações hoje essenciais para este país.

Héctor Timerman - El Diario

Em declarações à agência de notícias Télam, o chanceler Héctor Timerman afirmou ao finalizar o encontro de presidentes europeus e da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos que seu país está satisfeito com o documento final do evento.

"O balanço é muito positivo para a Argentina e para a região. Houve possibilidade de expor todos os temas que preocupam e interessam", assinalou o chefe da diplomacia argentina.

Destacou que o texto final incluiu, pela primeira vez em uma declaração com a União Europeia, o respeito à integridade territorial e às dívidas soberanas.

Timerman enfatizou que "a integridade territorial é fundamental porque inclui o conflito de soberania com o Reino Unido" e [o fato de] "que se tenha falado do respeito à soberania territorial, a Argentina vê como um avanço muito grande".

Quanto ao assunto espinhoso da ocupação britânica das Ilhas Malvinas, o chanceler pressionou o premiê David Cameron, além de comentar que parece que este não lê os documentos da ONU.

A única coisa que a Argentina deseja é negociar, insistiu Timerman durante a segunda cúpula Celac-UE, depois da controvérsia que manteve com Cameron, a quem qualificou como ameaçador o chamado ao diálogo para discutir – sobre a base da lei internacional – a soberania do Atlântico sul.

Considerou também positivo para a Argentina que tenha sido incluída "a necessidade de ter maior previsibilidade na reestruturação de dívida soberana", e acrescentou que "ficou registrado o que foi feito até agora nos diferentes órgãos onde isto foi debatido".

Por outro lado, o secretário de Assuntos Relativos às Ilhas Malvinas, Daniel Filmus, criticou Cameron pela desconfiança e controvérsia que teve com o chanceler Timerman, em Bruxelas.

Lembrou que uma das resoluções da ONU, que a Grã-Bretanha não cumpre, proíbe as duas partes de realizar ações unilaterais enquanto não estiver resolvido o conflito pela soberania no arquipélago.

Filmus enfatizou que a proposta de Timerman é justa porque a Argentina está agindo – afirmou – para fazer cumprir as leis.

E com elas quer impedir que no território argentino como em sua plataforma continental possam ser explorados hidrocarbonetos, afirmou Filmus em relação às empresas que, com o consentimento de Londres, exploram possíveis jazidas.