UBM pela manutenção do debate de “gênero” nos planos de educação

Diante da cruzada de parlamentares religiosos contra o debate das questões ligadas à formação da sexualidade e identidade de gênero nos planos municipais de educação, o movimento feminista, representado pela União Brasileira de Mulheres (UBM) lança nota defendendo a necessidade desse debate nas escolas compreendendo que “a reflexão sobre este saber científico auxilia na desconstrução de preconceitos e opressões construídos historicamente e estruturantes da sociedade brasileira”.

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Segue abaixo a íntegra:

Nota da UBM pela manutenção de “gênero” e “diversidade sexual” nos Planos de Educação

A União Brasileira de Mulheres vem a público denunciar as derrotas a que vem sendo submetida a democracia brasileira com a retirada sistemática das referências ao conceito de “gênero” e “diversidade sexual” nos planos nacional, estaduais e municipais de educação.

A UBM, bem como parte expressiva do movimento feminista e LGBT brasileiro, se empenhou, desde as etapas de base e locais, na construção do Plano Nacional de Educação, onde defendemos a necessidade de se debater conteúdos de gênero e diversidade sexual nas escolas por compreendermos que a reflexão sobre este saber científico auxilia na desconstrução de preconceitos e opressões construídos historicamente e estruturantes da sociedade brasileira, tais como gênero, raça, classe e orientação sexual.

No debate que hoje fervilha na sociedade brasileira sobre a questão de gênero nos planos de educação, A União Brasileira de Mulheres posiciona-se firmemente em defesa da Constituição Federal de 1988, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/96, dos Planos Nacionais de Política para Mulheres, do processo democrático de construção da normatização de nossa sociedade, denunciando mais uma vez a investida do setores conservadores e fundamentalistas que nestes dias se movimentam para golpear os Planos de Educação.

Preocupa-nos muitíssimo que, sob argumentação eminentemente religiosa e, portanto, de natureza não laica e não científica, estejam negando @s estudantes brasileir@s o acesso a um conhecimento que pode jogar papel fundamental na construção de nossa democracia e de novas relações sociais entre tod@s, livre dos preconceitos e violências que ainda marcam nossa sociedade.

Por isso, repudiamos a retirada das referências a “gênero” e “orientação sexual” e permaneceremos lutando para que a educação brasileira contemple nossa diversidade, rumo ao fortalecimento da democracia, do Estado laico e dos direitos humanos para tod@s.

União Brasileira de Mulheres
Junho de 2015